Executivos afirmam que portaria do Ministério das Comunicações não exclui a fabricante chinesa da infraestrutura dedicada.
Se depender da opinião de executivos da Huawei, a fabricante chinesa ainda pode participar da rede móvel privativa do Governo Federal.
Na última semana, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a proposta de edital do 5G com o teor da portaria nº 1924, do Ministério das Comunicações.
Nela, é determinado que as operadoras não poderão comprar equipamentos para a rede privada de fornecedores que não sigam os padrões de governança corporativa do mercado acionário brasileiro.
No caso da Huawei, ela já é automaticamente excluída da rede dedicada, uma vez que é uma empresa de capital fechado, não tendo papéis negociados na Bolsa brasileira.
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O banimento da Huawei na rede privativa governamental foi confirmado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, em entrevista coletiva.
Entretanto, Atílio Rulli, diretor da fabricante chinesa, ressaltou que no texto da portaria não há nenhum impedimento para a Huawei.
“Existem níveis de compatibilidade com gestão e compliance que ainda precisam ser detalhados”, avaliou o executivo.
Ele lembrou ainda que o governo é cliente da Huawei de longa data.
De acordo com a fabricante, apesar da Huawei não participar da Bolsa do Brasil, ela ainda pode ter regras de governança corporativa que são compatíveis com as empresas abertas.
“Todos os detalhes da nossa governança estão acessíveis em nossas páginas na internet, temos os resultados auditados pela KPMG, temos explicações quanto à escolha do board”, disse Marcelo Motta, diretor de cibersegurança para a América Latina da Huawei.
Rede privativa 5G
Imposta às operadoras vencedoras do futuro leilão de frequências, a rede privativa do Governo Federal é avaliada em R$ 1 bilhão.
A construção dela foi a solução encontrada para permitir que as operadoras escolhessem livremente os fornecedores de infraestrutura para redes móveis públicas e, ao mesmo tempo, garantir comunicações seguras para o governo.
A ideia é que a rede seja móvel no Distrito Federal e fixa em todo o Brasil, além de conectar mais de 16 mil pontos com banda larga.
A intenção é que a rede seja operada pela Telebras, que, inclusive, utiliza equipamentos da Huawei.
Entretanto, a proposta tem enfrentado resistência das operadoras, por conta da falta de detalhamento dos investimentos e equipamentos necessários para a execução da rede.
Além disso, elas argumentam que seria difícil explicar para acionistas o porquê de investir em uma infraestrutura que seria operada por uma empresa concorrente estatal.
Com informações de Telesíntese.