Informações sobre profissão, faixa salarial e número de WhatsApp de usuários estão disponíveis para compra na internet.
No último domingo, 14 de março, uma nova base de dados com informações de 112 milhões de brasileiros começou a ser vendida por hackers na internet.
A base vazada inclui nomes, documentos pessoais, endereço, data de nascimento, nome da mãe, profissão, salário, participação no Bolsa Família, número do WhatsApp, entre outros.
Segundo o anúncio do hacker responsável pelo vazamento, os dados foram coletados em janeiro de 2021, mas não é explicada a origem dessas informações.
O arquivo completo, com 20GB, é vendido pelo preço de 0,12 bitcoin (R$ 37 mil na cotação atual).
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O valor é considerado alto em relação ao que é praticado no obscuro “mercado” de vazamento de dados.
Uma “amostra grátis” está sendo disponibilizada com as informações de 250 mil pessoas, a maior parte formada por cidadãos comuns e mais de 400 funcionários públicos.
Essas informações podem ser utilizadas por empresas interessadas em vender produtos direcionados para públicos de nicho ou mesmo por criminosos para praticar diversos tipos de crimes.
Com a posse desses dados seria possível, por exemplo, cometer o crime de falsa identidade, contratando serviços ou comprando produtos em nome de outra pessoa.
Ao não pagar pelos itens, o CPF da vítima acaba sendo inclusa nos cadastros de restrição ao crédito.
“O maior risco está na forma como essas 250 mil pessoas já estão expostas de forma aberta, enquanto outras 100 milhões estão expostas à medida que os dados forem sendo comercializados”, afirmou Felipe Daragon, fundador da empresa de cibersegurança Syhunt, ao Estadão.
Ele completa que essa exposição é séria e que esses tipos de vazamentos podem acabar se tornando em uma tendência, principalmente naqueles países que têm sistemas de segurança mais frágeis.
Vazamentos anteriores
Este novo megavazamento se junta ao ocorrido em janeiro passado, com a exposição de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de veículos; além do caso mais recente, de fevereiro, com a venda pelos hackers de dados de 103 milhões de contas de celular.
O vazamento dos 112 milhões de brasileiros é comercializado no mesmo fórum em que é vendido a base revelada em janeiro.
Não se sabe se existe alguma relação entre todos esses vazamentos, mas os episódios já tem o potencial de criar uma imagem de “insegurança digital” para o Brasil, principalmente se eles continuarem a ocorrer.
Com informações de Metrópoles.