Alunos da rede pública foram os que mais enfrentaram dificuldades em um cenário de ensino à distância.
No último trimestre do ano de 2019, antes do início da pandemia, 4,3 milhões de estudantes no Brasil, com 10 anos ou mais, não tinham acesso à internet.
A maioria deles eram de escolas públicas (95,9%).
Apenas 174 mil alunos que frequentavam escolas particulares não tinham conexão à rede mundial de computadores.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados nesta quarta-feira, 14 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O estudo investiga o acesso da população aos serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em 2019.
Apesar dos mais de 4,3 milhões de alunos desconectados, a pesquisa apontou que 88,1% dos estudantes brasileiros acessavam a internet. Em 2018, esse percentual era de 86,6%.
Entretanto, as regiões Norte e Nordeste apresentaram o menor percentual de alunos conectados, 68,4% e 77,0%, respectivamente.
“Isso está relacionado à renda. 26,1% dos estudantes não utilizaram a internet por considerar o serviço caro e 19,3% devido ao custo do equipamento eletrônico para navegar na rede. Essas diferenças são ainda maiores entre os estudantes da rede pública e da rede privada, revelando um traço de desigualdade que ficou ainda mais evidente na pandemia, quando o ensino presencial foi suspenso e as famílias tiveram que se adaptar às aulas remotas”, explicou a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito.
A pesquisa do IBGE apontou que somente 64,8% dos estudantes da rede pública tinham celular para uso pessoal.
A diferença era maior no Norte do país, onde apenas 47,5% dos alunos tinham o dispositivo.
Já no ensino privado, 92,6% dos estudantes contavam com os aparelhos.
“Esses dados mostram que estudantes da rede pública tinham menos acesso a telefone próprio e a questão financeira tinha um peso maior. E como o celular é o principal meio de acesso à internet, num contexto de ensino remoto, provavelmente, esses estudantes terão mais dificuldades do que os da rede privada”, conclui a analista da pesquisa
Com informações de IBGE.