Conexão ‘improvisada’ permite experimentar uma amostra de como será a futura rede de nova geração.
Anunciado em julho de 2020, o “5G DSS” se tornou em uma alternativa para que os consumidores brasileiros possam usufruir de conexões móveis mais rápidas enquanto o leilão de frequências do 5G não é realizado no país.
Sigla de “Dynamic Spectrum Sharing” (“Compartilhamento dinâmico de espectro”, em inglês), o DSS é uma tecnologia que permite utilizar a infraestrutura e faixas atualmente em uso no 4G para oferecer uma conectividade móvel mais rápida.
O padrão de comunicação por trás do 5G DSS é o mesmo que será utilizado nas futuras redes 5G: o 5G NR.
O uso do DSS possibilita que o 4G e 5G coexistam, permitindo às operadoras realizar uma transição suave entre a atual e futura rede móvel.
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Após uma atualização de hardware e software, a rede de uma operadora pode dividir a largura de banda disponível, de acordo com a demanda por 4G ou 5G, decidindo dinamicamente e automaticamente qual o padrão de comunicação será utilizado pelo usuário, com base nas frequências disponíveis.
Ou seja, se um usuário está com um smartphone 4G no raio de cobertura de uma antena equipada com a tecnologia 5G DSS, ele usará normalmente o 4G.
Agora, se ele tem um aparelho compatível com o 5G, ele estará navegando no novo padrão 5G.
Isso evita que a operadora tenha que implantar duas antenas para operar padrões de telefonia móvel diferentes em uma mesma região.
Entretanto, ao compartilhar frequências com o 4G e ainda não dispor das faixas das ondas milimétricas – que permite maior velocidade nas conexões e maior capacidade de rede – o 5G DSS ainda não pode ser considerado uma conexão “5G” de fato.
No mais, ele é um “4G melhorado” ou um “5G improvisado”.
Mesmo assim, o 5G DSS ainda pode oferecer uma velocidade de até 12 vezes superior em relação ao 4G convencional, podendo alcançar até 400 Mbps.
Já o 5G promete velocidades na faixa do Gbps.
Além disso, o desenvolvimento do DSS não apenas acelera a expansão do 5G, mas também oferece benefícios para o usuário do 4G.
Com a tecnologia, a alocação de frequência se torna mais eficiente e otimizada, levando a uma melhor experiência para o usuário.
5G puro
Por mais que a tecnologia DSS seja considerada inovadora, isso não significa que ela será utilizada de forma ampla e generalizada nas redes de nova geração.
De acordo com a proposta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras de telefonia terão que implantar nova infraestrutura dedicada para oferecer exclusivamente o “5G puro” (chamado de “standalone”), sem depender do 4G.
Enquanto isso não ocorre, o 5G DSS tem sido disponibilizado em poucas cidades brasileiras.
Porém, a oferta ainda é muito limitada, estando acessível apenas em determinados bairros e regiões.
Além disso, os poucos smartphones compatíveis disponíveis no país ainda possuem preços nada convidativos, sem falar que nem todos são compatíveis com a tecnologia 5G DSS.