Conflito entre acionistas está por trás da falha de rede que afetou Correios Celular, Intercel e outras MVNOs em julho do ano passado.
Nesta quarta-feira, 7 de abril, a Surf Telecom anunciou que entrou com um pedido na 1ª Vara Empresarial de Conflitos de Arbitragem da Justiça de São Paulo para extinguir uma decisão que barrou o processo de Oferta Pública Inicial (IPO) da companhia.
Desde agosto de 2020, o processo de IPO está suspenso, a partir de um pedido da multinacional Plintron Holding, que possui uma participação minoritária (40% das ações) na Surf Telecom.
Hoje, a empresa “Maresias Participações” detém a maior parte das ações da Surf Telecom.
A empresa brasileira alega que a procuração utilizada pela Plintron na Justiça está desatualizada desde a troca do comando da multinacional, que agora possui 60% de participação do grupo Lycamobile.
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Com isso, a atual representação não teria poderes para advogar no processo, já que a procuração é de janeiro de 2019, antes da Lycamobile assumir o controle da Plintron.
“Nosso pedido é pela extinção do processo. O documento não tem validade”, diz Yon Moreira, fundador da Surf Telecom.
Este conflito entre acionistas está por trás da grande falha de rede que atingiu dezenas de operadoras virtuais (MVNOs) no Brasil em julho do ano passado, incluindo a Correios Celular, Intercel, entre outros.
No contrato original, a Plintron pagaria a quantia de US$ 4 milhões (R$ 22,45 milhões na cotação atual) para ter o controle de 40% da Surf Telecom, além de US$ 14,7 milhões (R$ 82,52 milhões) em investimentos.
Entretanto, também era previsto no acordo que as ações preferenciais da Plintron poderiam ser convertidas em ações ordinárias, e que a empresa estrangeira poderia comprar até 20% das ações da Maresis, tornando-se assim controladora da Surf Telecom.
Pelo lado da Plintron, a Maresias estaria retardando propositadamente esse processo.
Já a Maresias afirma que a Plintron estava ausente na reunião de fechamento.
Diante do impasse, a Plintron decidiu desligar a plataforma de telefonia móvel da Surf Telecom sem aviso prévio e, ainda, impediu que o serviço fosse restabelecido, afetando os usuários das operadoras virtuais.
A Surf Telecom teve que migrar às pressas os clientes para uma nova plataforma e restabelecer o suporte móvel, o que demorou dias para ser totalmente normalizado.
Além disso, a Plintron impediu o processo de IPO da Surf Telecom, que tornaria uma companhia de capital aberto com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores.
A demanda entre as duas empresas ainda deverá ser resolvida por meio de arbitragem judicial.
O Minha Operadora entrou em contato com a Plintron, mas até o fechamento desta matéria não recebemos um retorno da multinacional.
Com informações de Assessoria de Imprensa Surf Telecom.