Conselheiro defende a neutralidade tecnológica, com a agência reguladora fomentando e não obrigando as empresas a utilizar as redes abertas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não deve incluir a tecnologia Open RAN na lista de obrigações das operadoras no leilão do 5G.
A afirmação é do conselheiro Carlos Baigorri, durante evento online.
Apesar de as metas de Open RAN terem sido sugeridas para o edital, ele considerou cedo demais para tal, uma vez que essa tecnologia ainda está em desenvolvimento.
Segundo Baigorri, a agência reguladora pretende manter o princípio de neutralidade, dando liberdade para as empresas escolherem a tecnologia que será utilizada na rede.
VEJA TAMBÉM:
–> Movistar, da Telefônica, ativa a primeira rede Open RAN da América do Sul
–> Dona da TIM adere à iniciativa de criação de tecnologia Open RAN
–> Leilão do 5G fica para o segundo semestre
No entanto, ele disse que o objetivo da Anatel é incentivar políticas públicas, alinhando interesses das empresas e do governo.
“Acho complicado a Anatel colocar meta de Open RAN, ou ter um selo de ‘Open RAN compliance’. O que posso dizer é que, particularmente, e a área técnica parece estar [concordando], não vejo qualquer desalinhamento em termos de incentivos do governo e de empresas. Se todo mundo está indo na mesma direção, a gente tem que usar nosso papel de empurrar para chegar mais rápido”, afirmou o conselheiro.
Para o conselheiro, a adoção de tecnologias padrões e abertas, que possibilita o uso de hardwares e softwares de diferentes fornecedores em uma mesma rede, é uma oportunidade para a indústria nacional, produzindo produtos e equipamentos seguindo padrões estabelecidos por organizações internacionais.
“Acho que há oportunidade da indústria nacional e empresas do Brasil aproveitarem padrões e interfaces para desenvolver soluções, mas não uma tecnologia nacional propriamente dita”, disse Baigorri.
Até mesmo na questão de segurança de rede ele acredita que uma solução deverá vir da iniciativa privada.
“No Open RAN tem interesses privados das big techs, das operadoras, de vendors. Esses interesses convergem para o Open RAN, e há alinhamento entre objetivos privados e públicos. Não vejo porque intervir se os incentivos estão alinhados”, opinou.
A Anatel conta atualmente com um grupo de trabalho para fazer estudos técnicos sobre o Open RAN, incluindo apoio de universidades brasileiras.
Além disso, a IBM inaugurou recentemente um centro de pesquisas no Brasil para fazer pesquisas e desenvolver tecnologias em 5G e Open RAN.
Com informações de Teletime e Telesíntese.