Confira nesta reportagem especial as operadoras que mais doaram e receberam números portados.
Desde 1º de setembro de 2008, há quase 13 anos, até o final de maio deste ano, o Brasil já ultrapassou a marca de 60 milhões de portabilidades numéricas, registrando exatamente 68.479.469 trocas de operadoras nos serviços de telefonia fixa e celular.
Deste total, 49,6 milhões são da telefonia móvel e 18,9 milhões da fixa.
A portabilidade numérica é um recurso que permite que um usuário de serviço de telefonia mude de uma operadora para outra.
Se o cliente não está satisfeito com a empresa de telefonia atual, ele pode transferir o número para outra operadora de serviços de sua escolha, desde que seja na mesma localidade (no caso da telefonia fixa) ou no mesmo DDD (na telefonia móvel).
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A resolução do procedimento foi aprovada pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em março de 2007, estando disponível em todo o país a partir de 2 de março de 2009.
Desde o início da implantação da portabilidade numérica, a troca de operadoras de celular sempre superou a quantidade na telefonia fixa, registrando uma média entre 2 e 3 milhões de portabilidades por ano.
Entretanto, esse número passou a crescer a partir de 2015, atingindo um pico de 7,4 milhões de números portados somente no ano de 2019.
Já a portabilidade na telefonia fixa se manteve estável ao longo dos anos, entre 1 e 2 milhões de procedimentos.
Somente nos cinco primeiros meses de 2021, já foram efetivadas 3,1 milhões trocas de número na telefonia móvel e 619,0 mil na fixa.
Portabilidade na telefonia celular
No ranking geral de operadoras receptoras (que recebem o número de outras operadoras) da telefonia móvel aparece a Claro na liderança, com 16,9 milhões de portabilidades.
Em seguida aparecem Vivo (13,9 milhões de números recebidos), TIM (9,4 milhões) e Oi (4,8 milhões).
Já as doadoras (que perdem o número para operadoras rivais), a TIM aparece em primeiro lugar, com 14,5 milhões.
Após, aparecem Vivo (13,4 milhões de números doados), Claro (10,5 milhões) e Oi (8,7 milhões).
Ao fazer o cálculo entre números doados e recebidos, a Claro foi a operadora que mais ganhou clientes com a portabilidade numérica, apresentando um saldo líquido positivo de 6,4 milhões de números.
Esse montante recebe um incremento de +1,7 milhões, se for considerado o saldo da Nextel (atual Claro nxt), adquirida recentemente pelo Grupo da Claro.
Desde 2016, a operadora tem apresentado um forte crescimento no número de clientes recebidos na telefonia móvel, algo que não é visto nas operadoras rivais.
A Vivo, por exemplo, quase teve um empate entre os números doados e recebidos, ficando com saldo positivo de 520,4 mil.
Já a TIM e Oi foram as empresas que mais perderam clientes com a portabilidade, sendo a primeira perdendo 5,1 milhões e a segunda 4,0 milhões.
Portabilidade na telefonia fixa
Assim como na telefonia móvel, a Claro também é a principal receptora de números portados na telefonia fixa.
Ao todo, a operadora já recebeu 7,9 milhões de números, seguido da Vivo (5,7 milhões), Oi (1,7 milhões) e TIM (804,0 mil).
No ranking das doadoras, a Oi fica no topo, com 7,1 milhões de números perdidos para as rivais.
Após, estão Vivo (6,3 milhões de números doados), Claro (3,9 milhões) e TIM (559,6 mil).
No saldo líquido, a Claro novamente aparece na liderança, com 4,0 milhões de novos clientes com a portabilidade numérica.
No outro extremo, está a Oi, com 5,4 milhões de números perdidos para a concorrência.
Reclamações sobre portabilidade
Assim como qualquer serviço, nem tudo são flores.
Durante a portabilidade numérica podem ocorrer falhas, como a demora na troca de operadora, perda do número, procedimento não solicitado e até cobrança indevida.
Felizmente, o número de falhas é baixo, se for considerado o número de reclamações recebidas.
Entre as mais de 7,1 milhões de portabilidades na telefonia móvel efetuadas em 2020, a Anatel registrou apenas 40,0 mil reclamações sobre problemas com portabilidade, o que corresponde a 0,01% do total.
Desde 2015 – período em que a Anatel começou a divulgar a série de dados – a TIM lidera o ranking de reclamações sobre portabilidade da telefonia móvel (seja como receptora ou doadora), com 67,0 mil queixas.
Vivo tem 53,8 mil, Claro tem 37,0 mil e Oi tem 26,6 mil.
Na telefonia fixa tem a Vivo com 39,2 mil reclamações, Claro com 31,6 mil, Oi com 24,9 mil e TIM com 11,6 mil.
A Vivo lidera o número de reclamações (tanto na telefonia fixa quanto móvel) em problemas como “portabilidade não realizada” (60,9 mil queixas), “cancelamento do pedido de portabilidade não atendida” (13,5 mil), “portabilidade recusada pela prestadora” (4,5 mil), “portabilidade recusada pela operadora” (3,1 mil) e “problema no funcionamento do serviço após portabilidade” (571).
A TIM tem o maior número de reclamações por “portabilidade indevida ou não solicitada” (9,1 mil) e a Claro em “portabilidade não realizada no prazo” (3,1 mil).
Como fazer a portabilidade
O usuário que deseja trocar de operadora precisa procurar a empresa que está interessado em levar o número do telefone.
No caso da telefonia móvel, cada operadora possui um procedimento próprio, mas, de forma geral, é possível solicitar a portabilidade numérica pelo site, por mensagens de texto (SMS), telefone ou na loja física da operadora.
O procedimento em si é gratuito, entretanto, a operadora pode cobrar pelo novo chip.
A conclusão da portabilidade pode demorar até 3 dias.
É importante verificar com a antiga operadora se o cliente possui algum contrato de fidelidade, para evitar a cobrança de multas.
Além disso, é comum a operadora receptora oferecer benefícios para quem fizer a portabilidade.
No caso de problemas, o usuário pode registrar reclamações por meio do site da Anatel, pelo aplicativo “Anatel Consumidor” ou pela Central de Atendimento no telefone 1331.
As operadoras têm até 10 dias corridos para responder as queixas dos consumidores.
Com dados e informações de Anatel.