Analistas opinam sobre o motivo da desvalorização dos papéis da operadora.
Nos últimos três dias, as ações ordinárias da Oi (OIBR3/OIBR4), negociadas na Bolsa de Valores (B3), acumularam queda de 19%, enquanto as preferências tiveram redução de 8,4%. O “tempo ruim” nos papéis é reflexo do novo plano estratégico da companhia para o triênio 2021-2024, apresentado na última segunda-feira, 19 de julho.
A operadora tem meta de alcançar 8,1 milhões de clientes no serviço de fibra e atingir uma receita líquida entre R$ 14,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões até 2024. O plano também prevê um lucro EBITDA de R$ 1,9 bilhão a R$ 2,3 bilhões.
Porém, a apresentação que deveria animar o mercado, acabou tendo o resultado contrário. Segundo analistas, o ceticismo dos investidores tem relação com o futuro caixa da operadora.
Fazendo as contas entre a dívida líquida e o lucro da empresa, o mercado percebeu que a Nova Oi terá um alto gasto de caixa nos próximos anos. Segundo a analista Cristiane Fensterseifer, da Empiricus, os investidores acreditavam que iria sobrar mais dinheiro após a venda de ativos da Oi.
VEJA TAMBÉM:
–> Novo plano estratégico da Oi não empolga investidores e ações despencam
–> Oi pretende realizar nova captação de recursos para financiar dívidas
–> Oi economiza milhões com reciclagem de modens e decodificadores
“Isso quer dizer que a tele vai consumir quase todo pagamento da venda de ativos até 2024”, completa Fensterseifer.
André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos, também possui a mesma visão. Ele afirma que a estratégia de crescimento da da Oi dependerá de pesados investimentos em dólar, queimando mais caixa do que era previsto pelo mercado.
“Os investidores estão ajustando no valor de mercado o nível de dívida futura maior que o esperado e isso impactou o preço das ações”, argumenta Querne.
Já o Credit Suisse afirmou que há riscos na execução do plano – assim como o alto consumo de caixa – chegando a reduzir o preço-alvo das ações da Oi de R$ 1,80 para R$ 1,60. Ele mantém a recomendação neutra para a compra de papéis.
Por outro lado, a Ágora Investimentos foi mais cética e pediu mais paciência ao investidor. Segundo a corretora, é normal que o mercado demore um pouco para confiar na capacidade da tele.
“Embora certamente haja riscos relacionados à execução operacional do plano estratégico, acreditamos que o mercado deve vê-lo como positivo”, concluiu a Ágora.
No momento do fechamento desta matéria, às 13h40, as ações ordinárias da Oi são cotadas a R$ 1,31 (alta de 1,55%) e as preferências a R$ 2,05 (queda de 0,49%).
Com informações de Money Times.