Manifestantes lutam contra a escassez de alimentos, o aumento de preços e a forma como o governo lidou com a Covid-19.
Diante dos protestos contra o governo, Cuba passou a limitar o acesso à internet móvel da população.
O serviço de telefonia celular foi lançado na ilha em dezembro de 2018, mas é ofertado pela Etecsa, uma empresa estatal de telecomunicações.
De acordo com o site de monitoramento Netblocks, o acesso a aplicativos como WhatsApp, Facebook, Instagram e Telegram foi restringido nos servidores da Etecsa.
O apagão nas telecomunicações em Cuba visa tentar reduzir a força dos protestos que acontecem desde o último domingo, 11 de julho.
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Os cubanos reclamam da falta de alimentos, do aumento de preços, do colapso da economia e a forma como o governo tem combatido a pandemia.
Nas últimas semanas, o país tem registrado recordes no número de casos de Covid-19.
A internet móvel era o principal meio para que a população tivesse acesso a notícias independentes, o que aumentou o mal-estar dos cubanos após os protestos.
Cerca de 100 pessoas já foram presas durante as manifestações.
Sem o serviço de mensagens, parentes se aglomeram na frente de delegacias para receber notícias de presos durante os protestos.
Estas são as maiores manifestações em Cuba da última década. Os protestos são raros no país.
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, chamou os protestantes de “mercenários” e “contrarrevolucionários” e que a escassez no país é provocada pelas sanções americanas em vigor desde 1962.
Já o ministro das Relações Exteriores do país alegou que as manifestações foram financiadas e instigadas pelos Estados Unidos.
“O povo cubano está defendendo com bravura os direitos fundamentais e universais”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Nos últimos anos, outros países também adotaram a medida antidemocrática de bloquear a internet para reprimir protestos, como é o caso da Índia, Irã e Sudão.
Com informações de BBC.