Quinta geração de serviços móveis deve chegar apenas nos bairros mais nobres.
Um novo estudo feito pela consultoria Teleco, especializada em telecomunicações, para o movimento Antene-se, revelou que os brasileiros mais pobres, que já possuem uma qualidade de internet muito abaixo do mínimo aceitável, devem ter mais prejuízos ainda com a implantação do 5G, que exigirá mais investimentos na construção de antenas de celular e redes no país.
O levantamento foi realizado nas principais capitais do país e concluiu que quanto menor a renda mensal, abaixo de R$ 1.650, mais pessoas precisam compartilhar o sinal de uma mesma antena. O resultado disso é a inviabilidade da recepção da internet sem fio na periferia.
De acordo com o levantamento, em São Paulo, somente 20 distritos possuem o sinal de internet móvel “aceitável”. Isso acontece por causa do compartilhamento médio de uma mesma antena por mil usuários do serviço. Nesses locais, a renda média mensal de 85% dos domicílios supera R$ 1.650.
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O estudo ressalta ainda que existem bairros na capital paulista que contam somente com duas antenas para cobrir uma área de um quilômetro quadrado, atendendo, em média, mais de 10 mil moradores.
Segundo critérios globais definidos pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), a internet nesses locais é considerada “residual”. Dessa maneira, o sinal emitido pela antena não chega aos aparelhos.
Já nos bairros mais nobres de São Paulo, como Lapa, Pinheiros (zona oeste), Santana (zona norte) e Vila Mariana (sul), são mais de dez antenas por quilômetro quadrado, o que torna o sinal “aceitável”, que é quando menos de mil habitantes compartilham uma mesma antena.
5G
Para a implementação da quinta geração de serviços móveis, as operadoras terão de erguer até dez vezes mais antenas para suportar a velocidade das conexões e a quantidade de dados que trafegarão entre as antenas e os celulares.
De acordo com estudos da Anatel, somente 60 municípios, todos de elevado poder aquisitivo, terão condições de utilizar o 5G. Além disso, os pacotes deverão custar caro.
O serviço deverá começar a ser implantado nas capitais a partir de julho de 2022. Para ser realizado, o leilão das licenças aguarda a aprovação final do edital pela Anatel, o que deve ocorrer nesta segunda-feira (13).
Com informações de Folha de São Paulo