As empresas Algar Telecom, Brisanet e Sercomtel revelaram os planos de como pretendem explorar os blocos de espectros que foram arrematados no leilão do 5G realizado no início de novembro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Brisanet arrematou lotes regionais da faixa de frequência 3,5 GHz e de 2,3 GHz. Segundo o CEO da operadora, Roberto Nogueira, a faixa de 2,3 GHZ foi comprada para ser complementar a de 3,5 GHZ, já que tem um alcance maior.
“Para distritos e aglomerados rurais, nos atende muito bem. Há possibilidade de usar os 700 Mhz também, mas aí depende de oportunidade de negócio [com operador neutro]”, afirmou.
A companhia pretende lançar um projeto de conectividade com a rede 5G em 2022, em todo o Nordeste. A Brisanet reconhece que tem dificuldade em fechar contratos de roaming, para que seus usuários tenham cobertura sem o perde o sinal móvel em cidades em que não são cobertas pela empresa. Enquanto não fechar esses contratos, o CEO pretende ativar o 5G em aglomerado, onde não há muito deslocamento da população.
A Algar Telecom arrematou lotes regionais na faixa de frequência de 3,5 GHz e na faixa de 26 GHz. De acordo com o diretor de operações e tecnologia, Luis Andrade Lima, a empresa tinha o objetivo de estocar frequência para novas tecnologias que estão por vir.
“Os 26 GHz ainda são algo inicial. Sabemos que vamos precisar de espectro. Os 26 GHz vão ser utilizados para offload de tráfego, para a cobertura de indústrias, para a criação de hotspots. Todas as aplicações serão ainda construídas ao longo dos próximos anos. Ainda faltam devices (smartphones). Mas entendemos que os 26 GHz vão ser muito complementar”, afirmou.
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O executivo diz que vê oportunidades no setor de saúde, cobertura em shopping, show, estádios, indústria de manufatura, varejo e agronegócio. “É absurda a capacidade adicional que se consegue acima dos 3,5 GHz com a faixa de 26 GHz, pelo menos quatro a seis vezes mais capacidade de banda. Vamos usar a faixa toda ou dividindo em módulos de 400, 600, 800 MHz, até 1 GHz”, acrescentou.
Durante evento realizado pelo site Teletime, o presidente da Sercomtel, Marcio Tiago, afirmou que as duas empresas compradas pelo Fundo Bordeaux irão se fundir aos poucos, até ficar apenas uma marca, pois a Copel Telecom, deve deixar de usar a marca Copel, já que pertence a Companhia Elétrica do Paraná. Assim como, a Sercomtel também deixará seu nome.
“Vai ser uma composição da marca, teremos que devolver a marca Copel em breve. A Sercomtel vai continuar com marca própria por um período mais longo, mas depois, mais na frente, vai tudo convergir para uma marca própria”, afirmou.
De acordo com o presidente, a companhia pretende usar o espectro arrematado no leilão do 5G para oferecer serviços próprios nas cidades consideradas importantes para o grupo. No entanto, vai usar o espectro em outros locais sob o conceito de operador neutro.