Por meio de cartas enviadas para os conselheiros da TIM, o presidente da Telecom Italia, Luigi Gubitosi, comunicou que colocou seu cargo à disposição, com o intuito de colaborar com a oferta de compra feita pelo fundo norte-americano KKR, até o momento tendo rejeição da Vivendi, a principal acionista da empresa, que controla a operadora no Brasil.
A ideia do CEO é acelerar a análise da proposta apresentada pela gestora de investimento americano. Antes da reunião que os conselheiros da TIM irão fazer nesta sexta-feira (26), Luigi Gubitosi afirmou na carta que se ele saísse poderia acelerar o processo, que atingiu um obstáculo para a proposta de 10,8 bilhões de euros. A operação brasileira não faz parte da proposta.
“A fim de favorecer o processo decisório por parte do conselho, coloco à disposição as funções que me conferiram, para sua oportuna avaliação. Se isso permitir uma análise mais serena e rápida da oferta da KKR, ficarei contente que aconteça”, diz Gubitosi na carta.
No entanto, o executivo não estaria disposto a denunciar o seu assento no conselho, já que tem o número máximo estabelecido pelos acionistas: 15. Sendo assim, para nomear outro presidente, seria necessário que outro conselheiro renunciasse ou delegasse seu cargo de forma temporária para o presidente Salvatore Rossi.
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Há rumores na Itália que o CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, pode estar sendo recomendado para chefiar a matriz e liderar o dossiê KKR. No entanto, ainda não há informações oficiais sobre a suposta indicação ao cargo.
O fundo americano KKR ofereceu à empresa de telecomunicações italiana 0,505 euro por ação, que totaliza 11 bilhões de euros por 100% da TIM. No entanto, o conglomerado francês Vivendi não estaria disposto a abrir mão de sua conta, onde tem quase 24% de participação.
Além disso, ainda é necessário aprovação do governo italiano, que tem quase 10% da TIM por meio do banco de investimento Cassa Depositi e Prestiti (CDP). O Ministério da Economia da Itália, controlador da CDP, afirmou que “interesse dos investidores em importantes empresas” nacionais é uma “notícia positiva para o país”. No entanto, garante que irá acompanhar “ com atenção” o desenvolvimento da oferta.
“O objetivo do governo é assegurar que esses projetos sejam compatíveis com a rápida conclusão da conexão com banda ultralarga e com a proteção dos empregos”, afirmou o Ministério da Economia.