Na última semana, os fabricantes Airbus e Boeing de aviões e aeronaves solicitaram ao governo norte americano o adiamento do lançamento do 5G na faixa de 3,5 GHz no país por causa de uma suposta interferência no sistema de altímetro por rádio. Por causa disso, a Anatel e a Embraer deverão realizar uma avaliação semelhante no Brasil.
A princípio, essa avaliação não deve afetar o cronograma de implementação do 5G no país.
Devido a esses acontecimentos, muitas pessoas têm se preocupado com o possível problema no Brasil. No entanto, a situação nos Estados Unidos é um pouco diferente daqui. No país norte americano, a preocupação está acontecendo pela largura da faixa adotada no 5G, sendo que vai até 3,98 GHz. No Brasil, as operadoras estão licenciadas a explorarem as frequências até 3,7GHz, pois há uma banda de guarda para proteger os serviços de satélite na banda C.
A Airbus e Boeing enviaram uma carta para o departamento de transporte (DoT) dos Estados Unidos utilizando uma pesquisa do grupo setorial Airlines for America, argumentando as regras da agência de aviação federal (FAA) do país para a rede 5G poderiam ter provocado “atrasos, desvios ou cancelamentos” se tivessem sido implantadas em 2019, segundo informações da BBC.
Além disso, as empresas teriam solicitado ao DoT uma proposta de segurança para mitigar os riscos, mas não há mais informações sobre o assunto, nem uma resposta do departamento sobre o caso.
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Entretanto, na última quarta-feira (22), a associação da indústria móvel dos EUA, a CTIA, junto com as associações da indústria espacial e Airlines for America, por meio de comunicado, informaram que estão trabalhando em formato colaborativo “para uma solução de boa fé e determinada por dados“, sendo que estão com os “melhores especialistas técnicos de ambas as indústrias estão trabalhando coletivamente para identificar um caminho“.
Por sua vez, a CTIA afirmou também que continua “totalmente comprometida em lançar o 5G na banda C no dia 5 de janeiro de 2022” nos Estados Unidos. Em relação ao assunto, a Boeing se pronunciou, de acordo com o site Teletime, afirmando o seguinte:
“A indústria aeroespacial está focada em avaliar e tratar completamente a potencial interferência do 5G em altímetros de rádio. Estamos colaborando com autoridades da aviação, líderes do governo, companhias aéreas e grupos da indústria para garantir a contínua segurança operacional da aeronave pelos sistemas de aviação pelo mundo”, declarou.