Os fabricantes de aviões comerciais estão preocupados com a implementação da tecnologia 5G nos Estados Unidos e solicitaram ao governo Biden para que o lançamento do serviço de internet móvel seja adiado.
A Boeing e a Airbus Americas enviaram uma carta ao secretário de Transportes, Pete Buttigieg, para dizer que o lançamento marcado para o dia 5 de janeiro poderia causar uma interferência e “afetar adversamente a capacidade das aeronaves de operar com segurança”.
A carta foi enviada por David Calhoun, CEO da Boeing, e Jeffery Knittel, CEO da Airbus Americas, e se refere ao instrumento conhecido como radar altímetro, que os pilotos de aviões comerciais precisam usar para fazer pousos seguros em condições de baixa visibilidade. Segundo os fabricantes, a interferência pode afetar centenas de milhares de voos todos os anos, atrasando ou fazendo com que sejam desviados.
Na carta, os CEOs afirmaram que desenvolveram uma nova proposta para limitar a potência das transmissões da tecnologia ao redor dos aeroportos, e com isso solicitam ao governo estadunidense que junto com a Comissão Federal de Comunicações trabalhem para adotar tal proposta.
Os CEOs afirmam que os impactos de permitir a implantação do 5G “são enormes e ocorrem em um momento em que nossa indústria ainda está lutando contra a pandemia de Covid-19”.
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No início de dezembro, a Administração Federal de Aviação anunciou uma nova regra que proíbe os pilotos de usar o piloto automático e sistemas de voo em baixas altitudes. São nessas especificações que os sinais de 5G podem interferir nos instrumentos de bordo que medem a distância do avião ao solo.
Essa nova regra afeta a frota de mais de 6.800 aviões nos Estados Unidos e dezenas de fabricantes de aeronaves, sendo que pode levar a interrupção em algumas rotas de voo que envolvem baixa visibilidade. Segundo a FAA, há um risco potencial de que os sinais da tecnologia possam levar a leituras incorretas, impedindo o voo seguro em tais condições.