Nesta terça-feira (14), a Autoridade de Concorrência e Mercado (CMA) do Reino Unido divulgou um relatório onde aponta as preocupações em relação ao domínio de mercado do Google e da Apple, com os sistemas operacionais Android e iOS, respectivamente.
De acordo com o órgão regulador, ambas empresas estão controlando como as pessoas utilizam seus smartphones, eliminando qualquer escolha do sistema e potencialmente elevando os custos, além de induzir os consumidores a usarem aplicativos e funções proprietárias dos seus sistemas, como navegadores pré-desinstalados.
O presidente-executivo da CMA, Andrea Coscelli, afirma que
“Pode ser fácil esquecer que [a Apple e o Google] estabelecem todas as regras — desde determinar quais aplicativos estão disponíveis em suas lojas até dificultar a mudança para navegadores de terceiros. Esse controle pode limitar a inovação e a oportunidade de escolha, e levar a preços mais altos — tais que não são notícias boas para os usuários.”
A CMA afirma que Google e Apple alavancam o poder no mercado por ter criado ecossistemas autossuficientes e diz estar “preocupada que essas práticas reduzam a competição e a oportunidade de escolha pelos consumidores”.
“Apple e Google desenvolveram um controle semelhante ao de como usamos os telefones celulares e receamos que isso esteja causando prejuízos a milhões de pessoas em todo o Reino Unido”, disse Andrea Coscelli.
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A Apple afirma que os seus ecossistemas fornecem segurança e privacidade, onde permite que empresas comercializem seus produtos e criem empregos. “A Apple acredita em mercados prósperos e dinâmicos onde a inovação pode florescer”, disse o documento.
Já o Google argumenta que o seu sistema Android oferece aos seus usuários mais opções do que qualquer outra plataforma móvel, dado a opção de decisão de quais aplicativos e lojas de aplicativos usarem. Além disso, afirmou que o seu sistema sustenta cerca de 250 mil empregos na Grã-Bretanha.
A princípio, não há iniciativas para ampliar a concorrência no mercado europeu , mas a CMA garante que continuará estudando os efeitos do domínio das duas companhias e espera que até 2022 tenha mais informações em sua investigação.