A União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou nesta terça-feira (30) uma pesquisa que aponta que cerca de 37% da população do mundo estão desconectadas da internet, um número de 2,9 milhões de pessoas globalmente, sendo que 96% são de países em desenvolvimento, apontando como indicador do problema a desigualdade.
De acordo com o estudo, até as pessoas que estão conectadas a internet,
“muitas centenas de milhões só conseguem ficar online frequentemente por meio de dispositivos compartilhados ou utilizando velocidades de conexão que notadamente limitam a utilidade da conexão deles”.
O levantamento também aponta o impacto que a pandemia da covid-19 teve no crescimento da conectividade, onde em 2019 era 4,1 bilhões de pessoas conectadas. Em 2021, houve um aumento de usuários conectados com 4,9 bilhões. Segundo a UIT, houve um crescimento de 17%, onde 782 milhões de pessoas se conectaram, indicando a proliferação das redes e a importância dos serviços digitais no período de pandemia.
Ao fazer a comparação com o ano de 2020, a pesquisa aponta um crescimento de 10%, sendo o maior crescimento registrado no número de conectados dos últimos 10 anos. O crescimento nesse primeiro ano de pandemia foi causado pelos países em desenvolvimento, que cresceram em mais de 13%, enquanto que os países menos desenvolvidos, em média o aumento ultrapassou dos 20%.
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A pesquisa aponta que 62% dos acessos são realizados por homens, enquanto 57% são feitos por mulheres. Já em nações desenvolvidas, esses números sobem para 89% dos homens, contra 88% das mulheres. Nos países menos desenvolvidos, esses percentuais caem para 31% e 19%, respectivamente.
Já na disparidade em relação à área urbana e rural, 76% da população urbana tem acesso à internet, contra 39% no campo. No entanto, em países pobres, o número caiu para 47% para áreas urbanas e 13% na zona rural.
A pesquisa também aponta a faixa etária das pessoas conectadas, sendo que 71% da população conectada está entre 15 e 24 anos e 57% são mais velhos. Além disso, somente 95% da população global alcança alguma rede móvel 3G ou 4G, mesmo 37% não se conectando.
O preço do acesso também é fator determinante nessas porcentagem de pessoas desconectadas, mesmo a Comissão de Banda Larga da ONU traçando metas de desenvolvimento sustentável para disponibilizar serviços mais baratos em países em desenvolvimento até 2025. Em outra pesquisa da UIT, divulgada em março de 2021, mostra que o Brasil também encontra problemas em oferecer serviços a preços mais acessíveis.