Ter acesso à internet com qualidade e com as principais empresas de telecomunicação do Brasil não está sendo uma tarefa fácil para alguns consumidores da comunidade do Rio de Janeiro e de outras cidades do país. Acontece que a ação da criminalidade tem deixado moradores dessas áreas à mercê dos serviços ‘piratas’ ou até mesmo sem conectividade.
De acordo com uma reportagem do portal Reuters, embora as empresas de telecomunicação legítimas tentem oferecer seus serviços nessas localidades, muitas vezes elas são expulsas ou impedidas de instalar a infraestrutura necessária para tal serviço por criminosos.
Um detetive da polícia, Gabriel Ferrando afirmou ao site que recebeu informações de que algo suspeito estava prejudicando o serviço de internet local. Um caso vem acontecendo no Morro da Formiga ou Formigueiro, bairro localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Ao questionar um técnico da TIM, o policial afirmou que o profissional foi recebido por homens armados, que o expulsaram e disseram para não voltar mais ao local.
De forma geral, esses funcionários vão a essas localidades para resolver ou instalar estrutura de internet solicitada por clientes que moram nessas áreas, mas acabam impedidos, conforme o relato.
Acontece que esses criminosos têm disponibilizado para os moradores um novo provedor de internet, muitas vezes usando materiais roubados das operadoras, deixando apenas duas opções para os moradores: contratar o serviço criminoso ou ficar sem acesso à internet. Esse é um problema que assola não somente o Rio de Janeiro, mas várias outras comunidades periféricas do Brasil.
Há também a perda de qualidade do serviço prestado, deixando o consumidor à mercê da instabilidade de conexão sem poder reclamar ou buscar seus direitos devido a origem do serviço prestado.
Setor sofre com ações de criminosos
De acordo com Marcos Ferrari, presidente da Conexis, entidade que representa as empresas de telecomunicações no país, o setor vem sofrendo com constantes ações criminosas, como vandalismo, roubo e, como mencionado, ‘expulsão’ da empresa de territórios. Para ele, esse tipo de ação deve ser combatida pelas autoridades.
Embora seja pequeno, há provedores que já estão sendo investigados, como é o caso da JPConnect, onde em operação realizada em janeiro, na sede da provedora foram encontrados equipamentos que pertenciam às operadoras TIM, Claro, Oi e Vivo.
Em resposta ao site Reuters, o advogado representando a JPConnect, Eberthe Vieira de Souza Gomes, afirmou que os serviços da operadora são legais, alegando que ganhou mercado ao oferecer produtos de qualidade.
Enquanto esse problema não for resolvido, as empresas de telecomunicações, seus funcionários e clientes continuarão nas mãos dessas facções criminosas.