Por causa da polêmica em volta da possível interferência da rede 5G que alarmou as autoridades e as entidades de aeronaves nos Estados Unidos, a Embraer tinha solicitado apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para realizar ensaios em voo e em solo no Brasil. No entanto, a empresa desistiu de fazer os testes em suas aeronaves.
A preocupação dos Estados Unidos está relacionada radioaltímetros dos aviões, cujo equipamento mede a distância entre a aeronave e o solo por meio de radiofrequência, funcionando na faixa de 4,2 GHz a 4,4 GHz, bem próxima do espectro usado para o 5G no país norte-americano.
A empresa teria solicitado à Anatel um apoio para montar uma infraestrutura necessária para os ensaios, como a instalação de uma estação rádio base 5G, com antenas e equipamentos para simular a interferência.
No dia 18 de fevereiro, a Embraer enviou um ofício à Anatel afirmando que não irá realizar “por hora”, teste em voo submetido a interferência da tecnologia. De acordo com a companhia, eles estão sendo feitos em laboratório pelos fabricantes de radioaltímetros sob circunstâncias controladas, tornando os testes em campo desnecessários.
A Embraer “desmobilizou o esforço inicial que buscava viabilizar a infraestrutura de simulação de redes 5G para tais testes”, de acordo com o ofício. A empresa pretendia verificar o potencial de interferência do 5G na faixa de 3,3 GHz a 4,2 GHz em seus aviões, onde os testes seriam realizados no aeródromo de Gavião Peixoto.
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Frequências 5G no Brasil
Embora tenha tido uma certa preocupação com a interferência da tecnologia com as aeronaves brasileiras, segundo a avaliação da Anac e da Anatel é que a banda de guarda é suficiente para minimizar os riscos de interferência. São 500 MHz de diferença entre a faixa do 5G no país — de 3,3 GHz a 3,7 GHz – e a dos radioaltímetros.
Além disso, ainda há 100 MHz de banda reserva, cuja frequência não fez parte do leilão. Essa faixa é considerada para ambientes fechados, e dessa forma, não há a possibilidade de oferecer riscos de interferência.
No final de janeiro, o conselheiro da Anatel e presidente do Gaispi, Moises Moreira, afirmou que “Se, por acaso, até a liberação [do 5G] em 31 de julho houver alguma recomendação adicional, nós acataremos. Mas hoje não vislumbramos nenhum risco. Nenhum risco mesmo”.