O Conselho de Administração da TIM Itália aprovou o início das negociações com o fundo estadunidense KKR, que ofereceu € 10,8 bilhões pelos ativos da maior operadora de telecomunicações italiana, e dona da TIM Brasil.
A empresa divulgou um comunicado sobre o acordo e revelou que ficou decidido que a operadora italiana exploraria uma possível parceria com a Open Fiber, rival de banda larga apoiada pelo governo italiano.
“O Conselho deliberou por unanimidade que o Presidente e o CEO iniciem conversas formais com a KKR, além daquelas já mantidas pelos assessores, a fim de maximizar o valor para o acionista também em relação a outras partes potencialmente interessadas”, diz parte do comunicado.
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“O Conselho reiterou sua deliberação de prosseguir com o plano e continuar a explorar e executar o plano de descontinuidade, com base na reorganização das atividades do Grupo e uma possível fusão com a Open Fiber SpA, continuando as negociações com o CDP e conversações com as autoridades governamentais relevantes”.
As ações da TIM Itália na semana passada atingiram uma baixa histórica depois que a empresa registrou uma perda recorde em 2021.
A oferta da KKR de 0,505 euros por ação é um prêmio de 75% em relação ao nível de fechamento da ação na sexta-feira, em comparação com um prêmio de 46% quando foi anunciado pela primeira vez.
O governo da Itália ainda não tomou uma posição formal sobre a proposta da KKR.
TIM Italia teve prejuízo de 8,6 bilhões de euros em 2021
Em março de 2021, a TIM Italia divulgou os resultados financeiros de 2021, onde terminou o ano com um prejuízo de 8,6 bilhões de euros, resultado líquido atribuível aos acionistas. De acordo com a companhia, esse número “foi impactado pela redução do valor recuperável do ágio doméstico de 4,1 bilhões de euros e pela baixa, por 3,8 bilhões de euros, pela Controladora TIM S.p.A., dos ativos fiscais diferidos”.
Em 2021, a receita foi de 15,3 bilhões de euros, uma queda de -1,9% em relação ao ano anterior, quando obteve 15,8 bilhões. Em 2020, a empresa aderiu ao programa do governo local de financiamento da banda larga. Outra queda da TIM Italia foi o EBITDA orgânico, que caiu para 6,2 bilhões de euros, -9,6% a menos do que em 2020.
Segundo a companhia, essa queda aconteceu “devido à pressão competitiva, atraso no esquema de vouchers e custos de start-up para empresas digitais”. Em 31 de dezembro de 2021, a dívida líquida era de 22,2 bilhões de euros, uma queda de 1,1 bilhão de euros em relação ao exercício anterior.
A dívida financeira líquida após locação foi em 17,6 bilhões de euros, queda de 1 bilhão, “apesar do aumento de 14,1% no investimento, em 2021, para acelerar a implantação de fibra, nuvem e streaming de futebol”.