A proprietária do Facebook, Meta, disse na quinta-feira (07) que removeu uma rede de contas de mídia social com vínculos com os militares brasileiros que se apresentavam como falsas organizações sem fins lucrativos para minimizar os perigos do desmatamento.
Embora os indivíduos envolvidos na rede fossem militares ativos, a investigação da Meta não encontrou evidências suficientes para estabelecer se eles estavam seguindo ordens ou agindo de forma independente.
O relatório trimestral da Meta pode ser prejudicial ao presidente, Jair Bolsonaro, que enviou as forças armadas para a Amazônia em missões malsucedidas para reduzir a destruição da maior floresta tropical do mundo.
A operação de remoção, a primeira da Meta a atingir uma rede focada principalmente em questões ambientais, também pode aumentar os ataques de Bolsonaro a grandes empresas de tecnologia. Críticos dizem que Bolsonaro e seus apoiadores usam as plataformas para espalhar desinformação perigosa que prejudica as instituições democráticas do Brasil.
Em seu relatório, a Meta disse que a rede não identificada, que era limitada em escala e engajamento autêntico, usou contas falsas no Facebook e Instagram para postar inicialmente sobre a reforma agrária e a pandemia em 2020 antes de voltar seu foco para questões ambientais no ano passado.
“Em 2021, eles criaram Páginas que se apresentavam como ONGs e ativistas fictícios focados em questões ambientais na região do Amazonas, no Brasil. Eles postaram sobre desmatamento, inclusive argumentando que nem tudo é prejudicial e criticando ONGs ambientais legítimas que se manifestaram contra o desmatamento na Amazônia”, disse Meta em seu relatório.
“Embora as pessoas por trás (da rede) tenham tentado esconder suas identidades e coordenação, nossa investigação encontrou links para indivíduos associados às Forças Armadas brasileiras”.
O Exército do Brasil disse em comunicado que estava ciente das alegações da Meta e entrou em contato com a empresa para obter acesso aos dados que sustentam suas alegações de envolvimento militar.