Com a venda da unidade móvel da Oi, o mercado de telefonia móvel passa a ser menos concorrido e dominado pelas três principais empresas de telecomunicações, Vivo, Claro e TIM. No entanto, a possibilidade de uma quarta (nova) operadora para aumentar a competição no setor não é impossível.
Pelo menos é uma ideia que surge segundo a fala do novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri. O executivo afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast, que o órgão “não medirá esforços” para estabelecer uma quarta operadora de serviços móveis no Brasil, que poderá ser diferente em cada região do país.
Baigorri afirmou que o papel da Anatel como órgão regulador é também fomentar a concorrência. Por meio do edital do 5G, é possível introduzir um quarto player, que não será nacional, mas regional. Para ele, o desafio está na entrada da nova operadora, como Brisanet, Unifique, Copel e Cloud2U, que ainda não tem operação móvel.
Essas empresas contam com serviços de fibra óptica, sendo que para oferecer serviços de telefonia celular, terá que começar do zero. O presidente afirmou que esteve em reunião do conselho do diretor na semana passada e que é consenso entre os integrantes que faça parte dos planos para o próximos anos a viabilização de um quarto player regional.
Para que isso se torne possível, o executivo falou sobre as ofertas de referência de roaming, de MVNO (operadoras virtuais) e oferta de compartilhamento de espectro que estão entre os remédios regulatórios dados para a aprovação da venda da Oi Móvel.
“Temos de garantir que esses produtos sejam viáveis para serem contratados pelos operadores regionais. Não vamos medir esforços para garantir que o quarto player regional se estabeleça no mercado. […] O que estiver dentro do alcance da Anatel, para tomar medidas que fomentem seu desenvolvimento, iremos tomar, afirmou.
5G nas capitais
Durante a entrevista, Carlos Baigorri também falou sobre a implementação do 5G nas capitais brasileiras. Ao ser questionado sobre o cumprimento do prazo de ativação da nova rede até 31 de julho, ele afirmou que até o momento ainda não foi reportado nada concreto sobre o atraso.
Embora o prazo seja curto e o projeto desafiador, Baigorri diz confiante que nos grandes centros, onde há pouco uso de TVs parabólicas, será possível fazer a limpeza da faixa de frequência para uso do 5G até 30 de junho.
Vale ressaltar que o Gaispi, grupo que coordena a implementação do 5G no país, solicitou o adiamento para 60 dias para a limpeza de faixa. Nas grandes cidades, o risco de atraso é maior por cauda do curto prazo, diferente das cidades menores.
“O trabalho para limpar a faixa é maior nas cidades menores, mas o prazo é maior. O risco nas capitais é porque o cronograma é muito apertado”, afirmou.