Nesta quinta-feira (19), o Canadá anunciou a proibição da instalação de redes 5G das empresas de telecomunicações chinesas Huawei e ZTE, alegando ter preocupações de segurança nacional. A medida é semelhante à tomada pelos Estados Unidos e outros aliados-chaves.
“Hoje anunciamos nossa intenção de proibir a inclusão de produtos e serviços de Huawei e ZTE nos sistemas de telecomunicações do Canadá“, disse o ministro da Indústria canadense, Francois-Philippe Champagne, e o da Segurança Pública, Marco Mendicino.
“As empresas de telecomunicações no Canadá não poderão incluir em suas redes produtos ou serviços que coloquem em risco a nossa segurança nacional”, acrescentou. “Aqueles provedores que já tenham instalado este equipamento estarão obrigados a deixar de utilizá-lo e retirá-lo”, assinalou.
Washington advertiu sobre as implicações de segurança para os países que deixarem empresas chinesas de infraestruturas-chaves de telecomunicações entrarem em suas redes, que poderiam ser usadas para espionagem. A Huawei e ZTE rebateram as alegações e o governo da China advertiu para repercussões ao fornecedor de serviços de telecomunicações.
Atualmente, a Huawei é provedora de equipamentos 4G para algumas empresas de telecomunicações canadenses. Para não dizer todas, a maioria não usou os serviços da Huawei em suas redes sem fio do 5G ou buscaram outros provedores, enquanto não saiu a decisão de Ottawa sobre a disputa com Pequim sobre a prisão, em 2018, da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzho.
De acordo com Mendicino, a decisão “representa uma grande oportunidade para a concorrência e o crescimento”, mas “ também traz riscos”. Países como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia, Japão e Suécia já tinham bloqueado ou restringido o uso dos equipamentos da Huawei. “Há muitos atores hostis que estão prontos para explorar vulnerabilidades nas redes de telecomunicações“, acrescentou.
Os Estados Unidos acredita que a Huawei é uma ameaça em potencial de segurança, por causa da da trajetória de seu diretor-executivo, Ren Zhengfei, um ex-engenheiro do exército chinês e pai de Meng.
As preocupações aumentaram ainda mais quando a Huawei buscou se tornar líder mundial em equipamento de telecomunicações e um das principais fabricantes de smartphones, além de uma lei que obriga que as empresas chinesas colaborem com o governo em temas de segurança nacional.