Durante evento de analistas de mercado realizado nesta quarta-feira (4), o diretor presidente da TIM, Alberto Griselli, revelou que a operadora planeja comprar provedores regionais de internet (ISPs). No entanto, ele afirma que não haverá uma “busca ativa” por negócios. Ou seja, a empresa irá aguardar o aparecimento de oportunidade para tal ação.
Griselli afirmou que nos últimos anos, a operadora tem observado a distância esses mercados, mas sem a intenção de agir como compradora, uma vez que os provedores pediam valores altos por suas empresas. Ele citou o exemplo das operadoras Brisanet, Desktop e Unifique que abriram o seu capital na B3 em julho de 2021 e tiveram um valor de mercado por cliente de R$ 6 mil a R$7 mil. “Muito alto, impensável”, observou Griselli, comprar ativos com este preço por cliente.
Como houve uma racionalização, hoje, esse valor de mercado das empresas por cliente caiu de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil. “Por este valor, a TIM começa, sim, a prestar mais atenção nessas oportunidades”, afirmou.
De acordo com o executivo, há um grande espaço para que as ISPs possam se consolidar nos próximos anos. O mercado brasileiro de banda larga fixa dos ISPs é dominado por duas empresas, e outras oito têm market share entre 4% e 2%. A própria TIM, com seu TIM Live, tem 3% de share.
Griselli disse que será cogitado a compra de uma ISP depois que for analisada e demonstra que será complementar, trará sinergias e abrirá “avenidas de geração de valor”. No entanto, falou que essa é uma estratégia secundária ao plano primário, que é a extração das sinergias da compra dos ativos da Oi Móvel e a implantação do 5G, que são prioridades máximas da TIM.
TIM Live
Durante o evento, os executivos da TIM falaram das projeções e metas para que o serviço de banda larga fixa cresça até 2027. Segundo eles, o segmento vai crescer 1,4%, atraindo 10 milhões de novos clientes. No paralelo, a operadora vai expandir de duas a três vezes o seu tamanho atual, que possui cerca de 700 mil assinantes, segundo dados da Anatel.
O plano é migrar a base de clientes FTTC para o FTTH, onde a receita por usuário é maior e o churn (rotatividade) menor. Griselli contou que a operadora vai criar pacotes convergentes, com assinatura conjunta de telefonia móvel e banda larga.
Faz parte do plano da TIM ativar rede em cidades onde ainda não tem disponível o serviço. Com isso, espera-se acrescentar 10 milhões de residências aptas para a contratação do serviços via fibra óptica até 2027. Essa expansão acontecerá principalmente com a I-Systems, que atualmente conta com 6 milhões de homes passed (HPs).