A Starlink, divisão da Space X destinada ao segmento de telecomunicações via satélite, divulgou esta semana um documento revelando que o desenvolvimento da quinta geração de redes móveis (5G) pela Dish, operadora norte-americana, pode interferir na constelação de equipamentos espaciais da empresa causando interferência no funcionamento dos satélites e, em casos mais graves, inutilizando todos os aparelhos transmissores.
De acordo com o documento disponibilizado pela empresa, o uso da faixa de 12,2 GHz a 12,7 GHz pela operadora para transmissão de TV e 5G pode provocar interferência nos satélites da empresa em mais de 75% do tempo podendo, inclusive, paralisar totalmente o funcionamento do conjunto Starlink prejudicando milhares de clientes que dependem do serviço para acessar à Internet.
Para Elon Musk, bilionário CEO da Tesla e SpaceX, o ingresso da Dish nesse segmento pode “frustrar os planos da Starlink” impedindo o lançamento de mais de 42 mil novos satélites nos próximos anos com o intuito de conectar pelo menos um terço da população mundial, especialmente pessoas em áreas que não dispõe de conectividade banda larga.
Em resposta às acusações, a companhia de telecom reforçou seu compromisso em expandir seus serviços sem prejudicar outras empresas e afirmou ter recrutado uma equipe de engenheiros para avaliar o caso.
Esse debate sobre possíveis interferências nos satélites foi enviado à Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), entidade dos Estados Unidos equivalente a Anatel, porém o órgão regulador ainda não se posicionou sobre o assunto.
Novos lançamentos da Starlink
Na última sexta-feira (17), a SpaceX colocou na órbita baixa terrestre 53 novos satélites da Starlink que chegam para integrar a malha de equipamentos que está sendo desenvolvida pela empresa.
O lançamento ocorreu no Kennedy Space Center, na Flórida, a bordo do foguete espacial Falcon 9. Além desse envio, a SpaceX também deve realizar vários outros até o final deste ano, contudo, não há detalhes sobre o cronograma