O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Cetic), divulgou na última terça-feira (14), dados obtidos através do levantamento “Fronteiras da inclusão digital: dinâmicas sociais e políticas públicas de acesso à Internet em pequenos municípios brasileiros” desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
De acordo com a empresa responsável pela análise, o estudo foi realizado em 485 cidades brasileiras com até 20 mil habitantes a fim de determinar a abrangência da conectividade à Internet em municípios de pequeno porte.
Além de averiguar o alcance da internet na população, a pesquisa também pontuou a capacidade tanto dos provedores locais quanto gestão pública na garantia do acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC), considerando fatores como qualidade do serviço prestado, medidas de inclusão — que visam levar o recurso para cidadãos de baixa renda — e restrições que limitam o uso da Internet.
Expansão da fibra óptica
Segundo o relatório, os municípios avaliados demonstraram crescimento no serviço de internet banda larga por fibra óptica, tecnologia que embora não seja a mais recente — dado o lançamento da Fiber to the Room (FTTR, “fibra para o quarto”, em tradução livre) pela Oi — se limita a localidades mais desenvolvidas.
Conforme explica a Anatel, a expansão na oferta do Fiber to the Home (FTTH, “fibra para a casa”, em português) é resultado de provedores menores que trabalham para levar conectividade a bairros e cidades que ainda não suportam esse serviço, substituindo a tradicional internet por rádio frequência —popularmente conhecida como “internet via rádio” — pela fibra.
Ainda que os resultados mostrem saldo positivo nos últimos anos, tanto o órgão regulador quanto a Cetic.br destacam a existência de limitações que precisam ser superadas para que a população à margem da tecnologia tenha internet banda larga em casa.
Para os moradores, fatores como localização geográfica, preço dos planos e ofertas disponíveis são empecilhos que dificultam a adesão à internet em cidades com população de até 20 mil habitantes, carecendo de propostas públicas que incentivem a pluralidade de provedores incentivando a expansão na região.
“A compreensão dos motivos que levam os moradores dos pequenos municípios brasileiros a se conectarem ou não à internet banda larga nos locais onde a infraestrutura já está disponível, é fundamental para a promoção de um acesso universal e, consequentemente, para o pleno exercício da cidadania”, afirma Carlos Manuel Baigorri, presidente da Anatel.