A inclusão digital dos alunos da rede pública de ensino ainda é uma dificuldade que limita o acesso à educação remota para muitos estudantes brasileiros, sendo reportado por representantes dessas escolas que 91% dos alunos não dispõem de internet em suas residências ou equipamentos para navegar na rede, índice que cai para 61% ao comparar com colégios particulares, é o que aponta a pesquisa TIC Educação de 2021, realizada anualmente pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
A partir de 2020, diversas escolas adotaram a modalidade de ensino à distância a fim de garantir que o currículo letivo fosse lecionado pelos docentes, no entanto, índices do levantamento mostram a disparidade entre a conexão dos estudantes que moram na zona rural se comparado com o ambiente urbano.
Em alguns estados brasileiros, como São Paulo, a Secretaria da Educação optou por lançar aulas em tempo real por meio do canal aberto de televisão, porém em algumas localidades a transmissão do conteúdo ocorreu exclusivamente por meio de plataformas on-line como Google Meet e Microsoft Teams, dificultando o acesso dos alunos que não possuem de conexão à Internet ou dispositivos compatíveis.
De acordo com os dados, 93% dos professores que participaram do estudo relataram que a maior dificuldade nessa forma de ensino é a defasagem na aprendizagem dos alunos, ou seja, o conteúdo passado não tem a mesma qualidade que a versão presencial de ensino ou a modalidade híbrida.
Nesse cenário, ferramentas como mensageiros instantâneos — WhatsApp, Telegram, Signal, etc. — e smartphones se destacaram como aliados das instituições em prol de maior adaptação, correspondendo a uma média de uso de 95% e 93% na rede municipal e estadual de ensino, respectivamente.
Ainda que o meio digital tenha predominado, algumas escolas registraram alto volume de atividades impressas, correspondendo a 96% em escolas estaduais, 94% na rede municipal e 86% em colégios particulares, reforçando que a conectividade predomina majoritariamente entre estudantes pagantes.
Dispositivos como tablets e laptops também foram a porta de entrada para que muitas crianças e adolescentes participassem das aulas virtuais, totalizando 11% e 44% dos acessos.