Nesta segunda-feira (18), por meio de nota, a Fitratelp e Fittel, entidades que representam os trabalhadores do setor de telecomunicações e telemarketing, se manifestaram contra a decisão do Ministério da Justiça e da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) que suspendeu 180 empresas por prática de telemarketing abusivo. Sindicatos filiados também apresentaram desagrado com a medida.
De acordo com as federações, a decisão pode provocar mais desemprego no setor, especialmente entre os jovens, que são os mais favorecidos pelo segmento, uma vez que é a porta de entrada no mercado de trabalho de muitos deles.
“[…] A Fitratelp, a Fittel e Sindicatos filiados repudiam com veemência essa decisão do Ministério da Justiça, por saber que o telemarketing abusivo, geralmente, é praticado por robôs e deve ser combatido, mas os empregos diretos dos trabalhadores devem ser preservados, humanizados e valorizados”, afirmaram as entidades na nota.
Além disso, também defenderam que seja combatido nas empresas a imposição de meta consideradas abusivas pelas entidades sindicais, o que resulta na insistência e invasividade dos trabalhadores que busca alcançar resultados inatingíveis, com a desculpa de que se trata de metas de desempenho e a pretexto de manter seus empregos.
As entidades ainda afirmam que tal decisão expõe o governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, mostrando que não há uma procura pelo diálogo com as partes, que envolve empresas e trabalhadores, antes de tomar decisões. Decisões essas que, segundo entendimento das entidades, causará prejuízos aos trabalhadores, assim como aos usuários e consumidores.
Sobre a decisão
A Senacon, entidade que integra o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), suspendeu desde ontem as atividades de 180 empresas de telemarketing ativo, sendo que algumas são ligadas às operadoras de telefonia móvel, como TIM, Vivo e Claro.
Entre as essas empresas também estão bancos brasileiros, como Itaú, Banco do Brasil e Bradesco. Todas elas foram suspensas por ações de telemarketing abusivo, onde os consumidores são diariamente perturbados com os disparos de ligações realizadas por robôs, as chamadas Robocalls, em números de telefone vinculados ao seu Cadastro de Pessoa Física (CPF).