De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), apenas 21% da população do Brasil possuem habilidades básicas para lidar com as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), como enviar e-mail ou anexar arquivos. Para o presidente-executivo da Conexis, Marcos Ferrari, isso será um problema para o desenvolvimento do 5G.
Embora a rede esteja chegando agora no país, ainda há um número grande de pessoas que não tem a habilidade para usar todas as possibilidades que o 5G vai oferecer, e segundo ele, isso está ligado à educação no Brasil.
“Esse número cai vertiginosamente quando se olha para pessoas aptas a realizarem atividades avançadas, na casa de 3%”, disse o presidente.
Para o executivo, essa realidade brasileira será uma barreira para que as aplicações do 5G avancem, assim como causará a demora para que os consumidores brasileiros sintam os benefícios trazidos pela tecnologia.
Marcos Ferrari explica que na educação, o 5G pode ser usada como uma ferramenta de ensino, como o uso de imagens tridimensionais (holograma) para o estudo do corpo humano, conhecer parte interior de prédios históricos (como as pirâmides egípcias) por meio da realidade virtual ou aumentada, sem precisar sair da sala de aula. “Tudo vai depender de desenvolvimento de aplicações”, disse Ferrari.
Profissionais capacitados
Outra barreira que também poderá emperrar o desenvolvimento do 5G é a falta de profissionais especializados e capacitados. Conforme dados da Conexis, o Brasil formam 53 mil profissionais de TICS por ano, enquanto que a demanda é de 159 mil até 2025. “Serão necessários 797 mil profissionais com perfil tecnológico em cinco anos”, afirma Ferrari, defendendo uma ação rápida do governo para suprir esse mercado.
Ele alerta que esse problema vai afetar negativamente, tanto a produtividade do setores quanto o crescimento econômico, consequentemente. “Existe um gap, existe uma deficiência de habilidade populacional para essa tecnologia e ainda estamos formando pessoas com habilidades do passado”.
“Temos que avançar muito, o Brasil precisa reconhecer a importância da educação e o 5G pode ser uma ferramenta fundamental para reduzir todos os gaps”, concluiu.