Não é nenhuma novidade que a internet tem um grande poder comunicativo e que pode afetar positivamente e negativamente qualquer segmento da sociedade. Entretanto, nos últimos anos, a internet tem se tornado uma ferramenta fundamental para o meio político. Esse fato é confirmado por uma pesquisa realizada em Curitiba, em 2018, onde mostra que os partidos políticos estão priorizando a rede como ferramenta de comunicação política.
O levantamento foi baseado na coleta das prestações de contas anuais dos partidos políticos, sendo que alguns partidos chegaram a usar mais de 75% da verba em comunicação nas estratégias que envolvem a internet. A categoria em gasto de comunicação foram classificados em: tradicionais (placas, comícios, materiais impressos e carros de som, viagens, entre outras), e modernas (internet, redes sociais, telemarketing e outras).
Os demais gastos dos partidos políticos foram categorizados como: gastos com pessoal, promoção da participação de mulheres, fundações partidárias, estrutura e organização (água, luz, telefone, aluguel). Vale ressaltar que a receita dos partidos é composta por recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, doações e transferências partidárias.
A coordenadora da pesquisa, doutora em Ciência Política e professora da Uninter, Karolina Mattos, ao ser questionada sobre a campanha política deste ano, afirmou que essas estratégias modernas (internet, redes sociais, telemarketing e outras) também serão os maiores destinatários dos partidos políticos nas Eleições de 2022. Ela explica que em eleições anteriores, outros estudos também apontaram um grande uso dessas estratégias modernas.
Segundo Mattos, há essa escolha pelos partidos políticos por ser uma forma de comunicação com o leitor muito mais rápida do que as tradicionais, como o trabalho de rua (comícios). No entanto, essas estratégias de rua ainda são necessárias, especialmente em localidades em que a população não tem acesso à internet.
O outro lado
A internet também está sendo um meio bastante usado pelos eleitores em assuntos relacionados a política. De acordo com uma pesquisa realizada pela Quaest, durante a entrevista do presidente Jair Bolsonaro no Jornal Nacional nesta segunda-feira (22), o candidato à reeleição à presidência do Brasil teve, em média, 35% de menções positivas e 65% negativas na internet.
O levantamento apontou em tempo real que cerca de 9 milhões de pessoas foram impactadas com postagens feira na internet em relação a entrevista, que durou 40 minutos. Entre os principais termos usados nos comentários da participação do presidente foram ‘mentiroso no JN’, ‘governo sem corrupção’, ‘Bonner e Renata’ e ‘Fake News’.
Entre as principais críticas que foram referidas a Bolsonaro foram em relação aos temas de transparência nas urnas e possibilidade de golpe; pandemia da Covid-19; e corrupção no governo.
Durante a entrevista, o candidato também recebeu elogios de apoiadores na internet, quando argumentou com o entrevistador William Bonner sobre xingar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
