Nesta terça-feira (16), durante o painel do 5G Summit Brasil, evento organizado pela fabricante de chips Qualcomm, o CEO da Claro, Paulo César Teixeira, afirmou que as operadoras não podem cometer o erro de prometer para a população mais do que o usuário é capaz de perceber em relação aos benefícios do 5G. Ele disse que é necessário “controlar as expectativas”.
“A chegada do 5G… tem que controlar as expectativas, não podemos fazer promessas exageradas, de gigabit de conectividade. A rede mais rápida do mundo é a coreana, que tem velocidade média de 420 Mbps. As demais redes no mundo entregam em média menos de 400 Mbps”, falou.
De acordo com os especialistas, o 5G é capaz de entregar velocidade de internet até 100 vezes mais rápida do que o 4G, assim como a baixa latência da rede, que é o tempo de resposta que a mensagem leva para chegar ao seu destino. No entanto, para isso, é necessário que o número de antenas também seja maior, assim como a distância entre si. Sem essa infraestrutura adequada, o 5G não será capaz de entregar o que promete.
Por enquanto, as operadoras que estão ativando as redes nas capitais estão cumprindo essas demandas (e até ultrapassando), de acordo com o mínimo exigido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é a instalação de uma antena para cada 100 mil habitantes.
Nesta terça-feira, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Salvador (BA) tiveram rede ativada pelas operadoras, e na próxima semana, Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Vitória (ES) também passarão a contar com a tecnologia, caso o Gaispi libere a faixa de 3,5 GHz em reunião que será realizada amanhã (18).
Durante o evento, o executivo também falou que a Claro está buscando entender as melhores formas de transformar em receita o 5G. Inicialmente, o pensamento é positivo, de que há incremento no tráfego, o que favorece a ampliação das receitas pela operadora.
Entretanto, ele destacou que é preciso acelerar o comércio de aparelhos compatíveis, uma vez que somente 5% dos dispositivos presentes hoje na rede da operadora são capazes de conectar 5G.
“Falamos com os fabricantes para pararem de nos fornecer aparelhos 4G e passamos a comprar apenas modelos 5G. E incentivamos a demanda a partir de determinado preço, não apenas no segmento premium, para ampliar a base. Isso para cumprir a lógica de que tem que ter tráfego para sustentar o investimento, e tráfego vem com os dispositivos”, ressaltou.
Teixeira também reafirmou que a operadora está mirando o consumo, mas também o mercado corporativo, por meio das redes privadas. A Claro também adquiriu frequência de 26 GHz no leilão, que ainda será liberada e pretende usá-la para incrementar a capacidade da rede em ambientes com alta concentração de pessoas, como estádios de futebol.