No dia 25 de setembro, ocorrem as eleições parlamentares na Itália, e o resultado da votação pode citar um novo futuro para o Grupo TIM, e consequentemente, afetar uma das três principais operadoras no Brasil, a TIM Brasil. Acontece que o ‘Irmãos da Itália’, partido de extrema direita favorito para assumir o governo, planeja vender a operação brasileira para abater as dívidas da empresa italiana.
De acordo com entrevista dada ao site Key4blz, Alessio Butti, representante para o setor de TICs do partido, falou sobre o plano para o futuro da empresa de telecomunicações do país, onde a ideia é mudar completamente a proposta de planejamento apresentada por Pietro Labriola, atual CEO a companhia.
Embora não entre em muitos detalhes, o representante direciona críticas ao plano de Labriola. Segundo ele, o Grupo TIM deve voltar a ser italiano, que atualmente tem entre os sócios uma holding francesa (Vivendi) e fundos norte-americanos, como o KKR.
“Estamos profundamente convencidos de que precisamos vender a TIM Brasil. Por quê? Porque não temos como garantir o investimento necessário para a TIM Brasil, uma operadora essencialmente móvel, que também precisa de muito dinheiro direcionado ao 5G. O Brasil tem área territorial igual à de toda a Europa. Com a venda da participação na TIM Brasil, vale ressaltar, poderíamos reduzir bastante a dívida da companhia“, afirmou ao periódico digital.
No plano apresentado por Labriola, a venda da infraestrutura fazia parte do plano industrial para o Grupo TIM. No entanto, Alessio Butti afirma que a ideia é vender a unidade de serviços, incluindo a carteira de clientes corporativos e pessoas físicas. Segundo ele, a infraestrutura tem mais valor como negócio do que o atendimento aos usuários.
Com essa ideia indo adiante, o país italiano passaria a ter apenas três competidores no varejo, e a base de clientes poderia ser negociada com as principais rivais no segmento móvel: Vodafone, WindTre ou Iliad. Além disso, reduziria o endividamento e continuaria com a infraestrutura, que é considerada também um ativo estratégico para a Itália.
“A motivação para esse plano é evidente: sem a infraestrutura, a empresa quase não se mantém como operadora de serviços. Haverá mais demissões além das 3,4 mil já anunciadas. Então estamos falando de consequências sociais. Com a rede em mãos, conseguimos defender os empregos. Todo mundo no mercado sabe que é a rede que garante o fluxo de caixa da empresa e entrega as maiores margens”, falou.
[ATUALIZAÇÃO – 27/08/2022 10H25]
Diferentemente do que informamos na matéria, o representante do partido “Irmãos da Itália” não conferiu a frase “TIM Brasil não vale nada”. O erro veio de um problema na tradução da fala durante a entrevista que foi dada em italiano. Dessa forma, fez se necessário alteração no título da matéria e no corpo do texto. Pelo erro, pedimos desculpas.