Conforme o 5G for avançado no Brasil, será necessário cada vez mais que as pessoas desejem ter um smartphones compatíveis com a tecnologia. No entanto, os valores elevados desses aparelhos podem frear o uso da rede para uma boa parte da população. O que afetará também as operadoras.
De acordo com Leonardo Capdeville, vice-presidente de tecnologia da TIM, é necessário que haja incentivos para que as pessoas tenham acesso à rede. Foi o que executivo afirmou durante evento 5G Summit realizado nesta terça-feira (16) pela desenvolvedora de chips Qualcomm, em São Paulo.
“Na época do 4G, nos beneficiamos com a Lei do Bem – que fez com que o preço dos smartphones caísse. Agora, temos o benefício da escala – muito mais gente tem smartphone na estreia do 5G que do 4G. Porém, a barreira de entrada de telefones é muito alta”, afirmou Capdeville.
Para nível de entendimento, a Lei do Bem era uma legislação de 2013 para incentivar as pessoas a comprarem smartphones com 4G, sendo que na época, foram reduzidos impostos de dispositivos que tinham alguma fabricação ou montagem no Brasil com valor de até R$ 1.500. Nesse tempo, o desconto no preço final chegou a ficar em 13%, segundo varejistas.
Segundo conversa com o portal Tilt, Leonardo Capdeville, a estimativa de preço médio de um novo smartphone 5G vendido pela TIM está em R$ 1.700.
“Na pandemia, vimos a importância da conectividade: quem tinha acesso, podia estudar, por exemplo. O que gostaríamos, até pela questão de inclusão digital, é que o 5G ajudasse a democratizar o acesso à internet de boa qualidade em lugares onde não há fibra óptica ou conexão cabeada. E isso passa diretamente por termos celulares compatíveis mais acessíveis”, afirmou o executivo.
Ele explica que quanto mais cedo cair os preços do smartphone 5G, melhor será a expansão do acesso, assim como, as empresas poderão recuperar os investimento feito para a tecnologia e trabalhar na expansão das redes.
Por enquanto, as operadoras ainda não lançaram planos específicos para 5G, exceto a Claro que anunciou novos planos pós-pago pensando na tecnologia, além de realizar alterações nos preços dos pacotes com o repasse da baixa do ICMS. No entanto, para acessar o 5G SA da operadora é necessário realizar a troca de chip, o que querendo ou não, acaba sendo mais um obstáculo para os usuários.
Além disso, também pensando nessa expansão do 5G de forma mais ágil, o presidente da Claro, Paulo César Teixeira, afirmou que fez um esforço com os fabricantes de aparelhos para lançar dispositivos mais acessíveis. “Chamamos os fornecedores e dissemos: não queremos mais 4G. Queremos 5G. E não só aparelhos premium, mas também intermediários“, afirmou Teixeira.