Nesta quinta-feira (27), a Oi comunicou ao mercado que contratou a consultoria financeira Moelis & Co. para auxiliar no processo de renegociação das dívidas com os credores. Segundo a empresa, a consultoria foi contratada para “auxiliá-la em tratativas com credores da Companhia visando otimizar o seu perfil de endividamento”.
Entretanto, a Oi não dá detalhes dessas tratativas, nem explica porque está sendo necessário renegociação de valores que já foram definidos até o momento no processo de recuperação judicial.
Vale lembrar que a tele fechou o mês de agosto com R$ 3,16 bilhões em caixa, depois de ver o valor encolher em R$ 1,4 bilhão entre julho e agosto. A empresa explica que a otimização do perfil de endividamento está em linha com seu planejamento estratégico e com o plano de recuperação judicial.
“As tratativas a serem empreendidas pela Oi estão em consonância com a proposta apresentada e aprovada pelos credores da Companhia em Assembleia Geral de Credores realizada em 08 de Setembro de 2020 e visam garantir o seu compromisso em continuar a implementação de seu plano estratégico de crescimento no mercado brasileiro através do provimento de serviços de banda larga de alta velocidade, soluções corporativas e de TI e geração de novas receitas, além da busca continua por eficiência em custos”, diz a empresa, no comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
Desde junho de 2016, que a Oi pediu proteção judicial de credores, quando possuía uma dívida de R$ 65 bilhões. À época, a Moelis reuniu credores para uma negociação conjunta e chegou a trazer proposta de compra da Oi por um bilionário egípicio.
Então, foi aprovado um plano de recuperação em 2017 e um aditivo em 2020. Com isso, vários ativos foram vendidos, como sua unidade de telefonia móvel para o consórcio formado pela TIM, Vivo e Claro, seus data centers, o controle da rede de fibra V.tal para fundos do banco BTG, além de imóveis e ter conseguido cortar sua dívida com a União em em mais de 50%, derivadas de multas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Em agosto de 2002 chegou próximo de sair do processo de recuperação judicial, chegando a informar ao Ministério Público do Rio de Janeiro que chegaria a R$ 11 bilhões de caixa em 2023, o que garantiria a capacidade de honrar pagamentos por ao menos três anos.
No entanto, o trio que comprou sua unidade móvel está questionando o valor da compra e a quantidade de clientes móveis existentes na carteira adquirida. Por exemplo, segundo a Vivo, do total de 12,5 milhões de usuários recebidos, foram desligados cerca de 3 milhões de clientes Oi considerados inativos.