A operação de telecomunicações do Grupo TIM na Itália tem enfrentando problemas financeiros há algum tempo, sendo que surgiram até rumores de que a operação brasileira (TIM Brasil) seria vendida para suprir as dificuldades da empresa italiana. Entre as opções para sair desse sufoco estava a proposta de aquisição da rede fixa da Telecom Italia pela estatal CDP, mas pode ser que o negócio não se concretize.
Com isso, o novo governo italiano está buscando novas opções para o futuro da empresa. A oferta preliminar de bilhões de euros faz parte do plano para combinar os ativos de rede da Telecom Italia com o da rival Open Fiber, cujo intuito era criar uma gigante em banda larga sob o controle do CDP.
A proposta tem prazo até amanhã, 30, e também era uma aposta central do plano de reestruturação apresentado pelo presidente-executivo da Telecom Italia, Pietro Labriola, em dividir o grupo em várias unidades, reduzindo assim a dívida de 25 bilhões de euros.
Entretanto, o governo de direita de Giorgia Meloni estão com forte resslavas sobre o planos do CDP para o Grupo TIM, o que pode resultar na não concretização da oferta não vinculante do banco estatal. De acordo com fontes à Reuters, até o momento, o CDP não convocou reunião do conselho antes do prazo desta semana para concluir a proposta.
Na última sexta-feira, 25, Meloni confiou a estratégia de banda larga do governo ao subsecretário de gabinete Alessio Butti, que criticou abertamente os planos do CDP para a Telecom Italia. Butti defendeu o CPD, para que assumisse o controle total da empresa de telefonia, cujas ações estão sendo negociadas em valores nunca antes visto. Sendo que depois seriam vendidas as ações de serviços, incluindo a TIM Brasil.
O governo não esclareceu se o CDP fará uma oferta pela rede da Telecom Italia dentro do prazo, de acordo com o chefe do CGIL, maior sindicato da Itália, após uma reunião com a chefia do gabinete de Meloni nesta segunda-feira.
“Pedimos uma decisão rápida, mesmo no caso do governo querer mudar os planos que foram elaborados até agora”, disse Maurizio Landini a repórteres. “O tempo para encontrar um caminho começa a diminuir, considerando que a liquidez disponível da Telecom Italia cobre os vencimentos da dívida até meados de 2024 e o refinanciamento da dívida parece mais difícil do que no passado”, escreveu a equipe do banco Intesa Sanpaolo, em relatório.