Nesta segunda-feira (30), a Americanas entrou com pedido na Justiça para impedir que empresas de energia e telecomunicações interrompam os serviços em qualquer estabelecimento do grupo varejista “para cobrança de créditos sujeitos à presente recuperação judicial”. Entre essas empresas estão as concessionárias de distribuição de energia Light e Enel São Paulo.
A informação foi veiculada pelo jornal Valor Econômico. A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial após descobrir inconsistências financeiras no seu caixa, levando a uma dívida de mais de R$ 40 bilhões. O pedido foi aceito pela Justiça em 19 de janeiro.
De acordo com a Americanas, a empresa já está sendo alvo de cobranças pelas concessionárias Enel São Paulo e Light, do Rio de Janeiro. No seu pedido, a varejista alega que os serviços são imprescindíveis para o funcionamento.
No pedido de tutela de urgência, a empresa também solicita que todas as prestadoras de serviços públicos e essenciais, incluindo as companhias de telecomunicações e provedores de internet “abstenham-se de interromper os serviços prestados ao Grupo Americanas”. A multa diária requerida pelos advogados da Americanas em caso de interrupção dos serviços prestados pelos provedores de serviços públicos e essenciais é de R$ 100 mil.
Outro pedido que consta na ação é proteção contra ações de despejo de suas lojas por atrasos de aluguel. Um dos processos de despejo foi movido por um shopping de Niterói, no Rio de Janeiro, por dívida de R$ 319 mil.
Assim como mencionamos em outra matéria, as operadoras de telefonia móvel são alguns dos credores, sendo a Americanas deve a Claro, TIM, Vivo, Brisanet, Algar Serviços e Oi. Entre as operadoras de telecom, a Embratel, HITSS e Telmex também foram atingidas e as Lojas Americanas têm dívidas de R$ 25,6 milhões com as empresas. Os débitos atingem em cheio os serviços de nuvem como Google Cloud (R$ 2,6 milhões), Uol Diveo (R$ 2,4 milhões) ou Scala Datacenters (R$ 1,8 milhão).
Entre as empresas de Tecnologia e Informação (TI), o impacto da recuperação judicial das Americanas é grande com Google (R$ 91,7 milhões) e Meta/Facebook (R$ 1,4 milhão), SAP (R$ 8,4 milhões), IBM (R$ 5,5 milhões), Oracle (R$ 3,4 milhões), Microsoft (R$ 1,5 milhão).
Outras gigantes do setor alimentício também possuem dívidas milionárias, como Mondelez Brasil (R$ 93 milhões), Mars (R$ 19,9 milhões), Hershey (R$ 16,7 milhões), Ferrero do Brasil (R$ 14,8 milhões) e Arcor (R$ 5,2 milhões).