22/12/2024

5G possibilitará monitoramento de pacientes a distância em tempo real

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), o telemonitoramento é uma das grandes aplicações do 5G.

Até o momento, o telemonitoramento, que é o monitoramento de pacientes à distância, embora seja uma realidade no país, ainda não é instantâneo. Nessa modalidade, os dados médicos dos pacientes são coletados e enviados posteriormente quando há conexão de internet. Entretanto, isso pode mudar com o 5G.

Com a nova tecnologia, que garante alta velocidade e baixa latência, torna possível que esses dados sejam transmitidos quase em tempo real, possibilitando que o monitoramento seja mais preciso, o que pode ser crucial em casos que requeiram ações imediatas.

A coleta e processamento de dados em tempo real com o 5G pode embasar decisões médicas. São dados que podem ser captados por tecnologias vestíveis móveis, como relógios inteligentes, que captam vários sinais vitais e dados de saúde do usuário, tornando possível o rastreio da saúde do paciente necessários para os cuidados médicos.

De acordo com Renato Sabbatini, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), em evento online da MV, realizado nesta quarta-feira, 15, afirma que “o telemonitoramento é uma das grandes aplicações do 5G”.

“Os relógios inteligentes são úteis para pegar alterações do ritmo cardíaco, como por exemplo uma fibrilação atrial, que é fatal em muitos casos. Você tem que perceber e agir em minutos. Se hoje essa informação é enviada alguns minutos depois, ela não tem utilidade, só serve para constatar o diagnóstico. Se você tiver esse relógio mandando em tempo real, via 5G o tempo todo a sua frequência cardíaca, usando inteligência artificial do lado da nuvem, você vai poder detectar uma alteração patológica e avisar imediatamente. Você vai salvar mais vidas com isso”, diz.

Entretanto, Renato Sabbatini alertou que há limitações no telemonitoramento. Por exemplo, os dispositivos que não foram desenvolvidos para finalidade de saúde, não são totalmente confiáveis, uma vez que podem fazer leituras incorretas de sinais vitais, induzindo falsas conclusões. “A confiabilidade, tanto dos sensores quanto da rede, hoje, coloca um perigo muito alto que nenhum médico quer aceitar”, contou.

“Seria extremamente útil você ter monitoração cardíaca em tempo real para determinados círculos de pacientes, mas não mandar isso diretamente ao médico. Você está convidando ao fracasso. Precisa ter uma estrutura intermediária para fazer a coleta e o processamento dos dados e usar a inteligência artificial para os pacientes que estiverem sendo monitorados, porque nenhum ser humano consegue processar isso”, disse.

Ele também fala que, na medicina, é preciso ter certificações que garantam o desempenho de softwares destinados para o uso do 5G na área, como cirurgias à distância, ou telecirurgias, milissegundos são determinantes. Por isso, é preciso que softwares que utilizem o 5G na medicina tenham o desempenho adequado.

Segundo Sabbatini, até o final deste ano, será determinado pela SBIS os requisitos que os softwares precisam atender para certificar qualidade para uso do 5G no telemonitoramento.

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