A venda da ESPN e demissão em massa são algumas estratégias de reestruturação estudadas pela Disney, segundo rumores e a própria empresa. Bob Iger, CEO da companhia, divulgou os resultados trimestrais da empresa, desde que ele voltou a assumir o cargo e falou sobre as ações que tem estudado para “reorganizar a casa” internamente.
Bob Iger foi CEO da Disney entre 2005 e 2020. Teve que ceder seu lugar para Robert Chapek, que assumiu a empresa até novembro de 2022, quando a companhia começou a enfrentar diversas crises em várias divisões. Iger voltou ao cargo com a missão de reestruturar tudo.
Possível venda da ESPN
Atualmente a “The Walt Disney Company” está dividida em três grandes blocos: TV e cinema (além do streaming Disney+), ESPN e o streaming que só existe nos Estados Unidos, o ESPN+, e a rede de parques, hotéis e produtos de consumo.
Embora Iger negue, há rumores ao redor desse assunto afirmando que a Disney pensa em se desfazer da divisão da ESPN por causa do alto custo que os direitos esportivos têm. Um bom exemplo é o contrato com a NFL, que vai até 2033, custa US$ 2,7 bilhões por ano.
Esse detalhe leva a outro ponto: a demissão em massa de em média 3% da força de trabalho da companhia, o que equivale a 7 mil colaboradores dispensados. E ao contrário da situação anterior, essa foi anunciada por Bob Iger como uma reestruturação da empresa.
Porém, o site Na Telinha, do Uol, junto aos rumores de venda da ESPN, também cogita outras opções para a companhia, entre elas que na verdade essa divisão seja uma salvação. E isso se daria da seguinte forma: o mundo dos streamings é muito competitivo e as transmissões esportivas podem ser uma forma de ter novos assinantes e manter os atuais.
Portanto, no final das contas, como o próprio Bob Iger diz, a ESPN pode ser o grande diferencial para a Disney.
Hulu também pode sair do jogo?
Além da ESPN, outro tema que é indefinido, mas que tem causado rumores de venda é o Hulu. Trata-se de uma plataforma de streaming, que só existe nos Estados Unidos, e que a Disney tem 67% e controla por completo a empresa, e NBC Universal detém 33% em uma participação silenciosa.
A plataforma tem 50 milhões de acessos e é voltada para o público adulto. Porém, a Disney precisa comprar a parte da NBC Universal ou a empresa vender para algum terceiro. E em entrevista para o canal CNBC Bob Iger foi questionado sobre o assunto e diz está aberto a possibilidade de venda do Hulu:
“Todas as opções estão na mesa, então não vou especular se somos compradores ou vendedores [do Hulu]. Mas, obviamente, estou preocupado com o entretenimento geral sem diferenciais, particularmente no cenário competitivo em que estamos operando, e vamos analisá-lo de maneira muito objetiva e expansiva”. Pressionado pelo apresentador, Iger reafirmou: “Estamos com a mente aberta [para a venda]”.
Crise das grandes empresas
A Disney não vive um momento exclusivo de crise. Assim como ela e por motivos parecidos, empresas como Amazon e Meta também estão recorrendo às demissões em massa para reestruturação interna.
O período da pandemia foi de grande investimento para essas companhias de grande porte. Porém, o retorno esperado não aconteceu até então e no lugar dos lucros, os executivos estão com escritórios cheios de funcionários. Por isso, entendem que as demissões em massa podem ser o melhor caminho para sair da crise.