A oferta não vinculativa do fundo norte-americano KKR para a compra da rede de telefonia fixa da Telecom Italia (Grupo TIM) foi prorrogada por quatro semanas até 24 de março a pedido do governo italiano, de acordo com o anúncio da companhia nesta terça-feira (21). Pela proposta, esse negócio seria segregado em uma empresa separada.
De acordo com a empresa, o governo da Itália quer mais tempo para analisar aspectos públicos da transação em relação aos seus poderes no setor, especialmente, a autoridade que pode exercer num setor considerado estratégico para o país. De acordo com as leis do país, Roma pode usar sua autoridade especial para evitar o interesse indesejado por ativos de importância nacional.
Ainda não há consenso dentro do próprio governo de como é possível manter o controle público da rede da Telecom Italia, algo que é interesse da administração da direita da primeira-ministra Giorgia Meloni. Altos funcionários do Tesouro e do gabinete de Meloni estão abertos a estudar um plano para envolver a KKR, e ao mesmo tempo, dar o controle estratégico da infraestrutura a Roma, disseram fontes do governo à Reuters.
A proposta preliminar apresentada pelo fundo-americano, há abertura para que entre uma entidade para apoiar o governo e se torne um investidor minoritário na infraestrutura com uma participação de até 30%, além de ter alguns poderes de veto em questões estratégicas.
O fundo KKR avaliou a unidade fixa da Telecom Italia em cerca de 20 bilhões de euros, montante que inclui dívida e um mecanismo de ganho de 2 bilhões de euros, conforme afirmam fontes familiares com o assunto.
Vende sua unidade de rede fixa é um dos planos de planejamento apresentado pelo presidente-executivo da TIM, Pietro Labriola. O negócio serviria para reduzir a dívida líquida de 25 bilhões de euros do antigo monopólio de telefonia.
Embora a empresa tenha mais tempo para analisar a proposta, o conselho de administração da Telecom Italia, deverá se reunir na próxima sexta-feira (24) para discutir a oferta e tomar decisões.
