Depois que o investidor estatal italiano CDP e o fundo australiano Macquarie apresentaram uma oferta conjunta não vinculativa para a compra da rede fixa da Telecom Italia, fazendo concorrência com o fundo norte-americano KKR, as ações da empresa italiana tiveram uma alta de até 5% nesta segunda-feira (06). Os papéis subiram cerca de 3,14%, para 0,31 euro cada, patamar mais alto desde abril do ano passado.
Com mais companhias apresentando interesse no seu ativo mais valioso, aumenta o poder de barganha, de acordo com a corretora Equita em relatório a clientes. “A notícia é positiva para a Telecom Italia, pois um segundo interesse aumenta seu poder de barganha“.
Segundo fontes familiares com o assunto ao portal Reuters, ambas ofertas são similares e envolvem os ativos da rede fixa de telefonia do Grupo TIM, assim como as atividades da FiberCop e uma fatia na Sparkle. Os valores propostos também são semelhantes, onde o CDP e o KKR avaliam em cerca de 18 bilhões de euros (US$ 19,2 bilhões).
Entretanto, os preços das propostas estão abaixo dos 31 milhões de euros que a Vivendi, principal acionista da Telecom Italia deseja. Inclusive, o apoio da Vivendi é fundamental para aquela negociação com o grupo.
Vale ressaltar também que Giorgia Meloni, a primeira ministra italiana, já deixou bem claro que deseja ter o controle da rede da empresa, e ao mesmo tempo, proteger os empregados, mas não há um consenso dentro do governo sobre como atingir esse objetivo. Inclusive, a proposta da KKR deixa a porta aberta para que uma entidade estatal possa se envolver, mas se opõe ao CDP desempenhar esse papel devido a questões antitruste.
A venda dos ativos da Telecom Italia faz parte do plano de reestruturação apresentado pelo CEO Pietro Labriola para cortar a dívida de 25 bilhões de euros da empresa e financiar uma reforma do grupo sedento de receita.