17/11/2024

Mercado de celulares tem queda no Brasil; entenda os motivos

Setor de vendas nicho do mercado de celulares teve uma baixa significativa no último ano. Relatório mostra alguns detalhes.

O mercado de celulares teve uma queda significativa durante o ano de 2022. Neste último ano o Brasil vendeu 6,93% a menos de aparelhos do que no ano anterior. Esse número refletiu financeiramente em uma receita de R$ 77,09 bilhões, 1,7% menor que em 2021. 

Mercado de celulares

A consultoria IDC Brasil divulgou um estudo que mostra que no ano passado, de janeiro a dezembro, foram vendidos 42.606.344 aparelhos, sendo que 40.681.302 eram smartphones e 1.925.042 eram feature phones. 

Esses números representam reduções de 6,31% e 18,28%, respectivamente, em comparação com o ano de 2021. A analista de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, Andreia Chopra, afirmou que os impactos econômicos decorrentes da pandemia foram mais intensos em 2022, o que levou muitos consumidores que planejam trocar de smartphone a adiar a aquisição.

Uma grande mudança no mercado de celulares foi o retorno das lojas físicas

Uma mudança ocorrida no último ano foi a reabertura das lojas físicas, porém, segundo Andreia, isso não foi o bastante para atrair mais consumidores e reverter a queda nos números do setor desde 2020.

“Embora as vendas em lojas físicas tenham sido maiores em 2022, o consumidor priorizou modelos mais simples e antigos frente aos lançamentos, fazendo com que o volume de aparelhos 5G vendidos ficasse abaixo das expectativas”, disse Andreia.

Os preços médios dos celulares smartphones e dos feature phones aumentaram devido à inflação e à alta da taxa de juros, resultando em um aumento de 5% e 3,2%, respectivamente. Em 2022, o ticket médio dos smartphones atingiu R$ 1.887,00, enquanto o dos feature phones chegou a R$ 161,00. 

Embora os preços tenham aumentado, a queda no volume de unidades vendidas em comparação ao ano anterior impediu que as receitas aumentassem, como enfatizou a analista.

Em 2022, apesar de ainda estar atuante, o mercado cinza sofreu uma queda nas vendas. Das unidades vendidas ao longo do ano, 2.724.281 foram comercializadas nesse mercado. 

Esse resultado sugere que os consumidores estão buscando mais segurança nas compras e que a possibilidade de adquirir um produto com garantia pode ter sido um dos fatores decisivos.

Dos aparelhos vendidos no mercado cinza, 93.224 são feature phones e 2.631.057 são smartphones. Esse volume representa uma queda de 24,61% em relação a 2021. Segundo Andreia, essa diminuição pode ser atribuída ao fato de que o mercado cinza não conseguiu apresentar um crescimento significativo para atender à demanda por modelos de smartphones mais baratos, o que acabou tornando-o menos atraente para os consumidores.

Números do final de 2022

Segundo o IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q4/2022, no último trimestre de 2022, as vendas de smartphones e feature phones no Brasil foram de 9.674.240 unidades, apresentando uma queda de 14,41% em comparação com o mesmo período de 2021. Em termos de receita, os meses de outubro, novembro e dezembro de 2022 geraram cerca de R$ 16,8 bilhões, o que representa uma redução de 21,49% em relação ao mesmo período de 2021.

Das unidades vendidas, 9.259.758 foram smartphones e 414.482 foram feature phones, apresentando uma queda de 14,04% e 21,77%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior.

No quarto trimestre de 2022, os produtos com preços entre R$ 1.000 e R$ 1.299 foram os mais vendidos, sendo 25,12% do volume total de vendas de smartphones.

“Durante este período, os fabricantes aumentaram a oferta de aparelhos com preços médios acima de R$ 1.000, esperando que os consumidores tivessem mais disponibilidade para investir em modelos mais atualizados durante as compras de fim de ano”,  disse Andreia.

Expectativas para 2023

A IDC Brasil prevê que a venda de smartphones será desafiadora em 2023, especialmente no primeiro semestre, com resultados semelhantes ou inferiores aos de 2022. 

No entanto, as vendas de dispositivos 5G continuarão a crescer durante todo o ano, impulsionadas pelos resultados positivos no final de 2022. Embora o 5G seja um critério importante na escolha do consumidor brasileiro, o preço deve estar de acordo com sua capacidade de pagamento. 

A IDC Brasil espera que o abastecimento de componentes seja normalizado ao longo do ano, após uma escassez que impactou o mercado no primeiro semestre de 2022, mas não deve ser um problema em 2023, devido a uma retração no mercado mobile a nível nacional e global. Isso não deve afetar a produção e distribuição dos dispositivos.

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