A União Internacional de Telecomunicações (UIT) comemora hoje, 27 de abril, o Dia das Meninas nas Tecnologias da Comunicação e da Informação (Girls in ICT Day), com o intuito de inspirar e encorajar jovens do sexo feminino a seguir uma carreira nas TICs. A data tem como objetivo capacitá-las e fornecer as habilidades, a confiança e o suporte necessários para alcançar seus objetivos.
Em celebração à data, a Anatel e o Escritório Regional para as Américas da UIT organizaram um evento em Brasília (DF) em 24 de março para 30 estudantes de duas escolas da região. O tema deste ano é “Habilidades digitais para a vida”.
Durante o evento, a superintendente de Relações com Consumidores da Anatel, Cristiana Camarate, enfatizou a importância de as jovens saberem que têm a possibilidade de seguir uma carreira nas TICs. Além disso, Ana Veneroso, representante da UIT, destacou que mesmo profissões clássicas, como medicina e ensino, necessitam de pessoas inovadoras na ciência e tecnologia.
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, ressaltou a alta demanda por mão de obra nas TICs, bem como o potencial de crescimento dessas áreas na economia. Ele ainda mencionou o fenômeno do nômade digital, adotado por empresas multinacionais para permitir o trabalho remoto de profissionais em diferentes países.
Por sua vez, Felipe Dantas, da UIT, divulgou que apenas 28% da força de trabalho nas carreiras STEM em todo o mundo é composta por mulheres. Já Marize Lucas, do Grupo Mulheres do Brasil, destacou a necessidade de incentivar a participação feminina nas TICs, mas lamentou que, apesar dos esforços, o número de mulheres nessas áreas esteja diminuindo.
Por fim, a professora Larissa Santos, criadora do Canal Bariogênese no YouTube e especialista em cosmologia e gravitação da Universidade de Yangzhou, na China, afastou o medo de muitas meninas de que precisariam “se masculinizar” para seguir carreiras científicas, esclarecendo que essa ideia não se aplica à Física.
Exemplo que ajuda o mundo feminino a pensar de uma forma diferente
Engenheira de telecomunicações e servidora da Anatel, Adriana da Silva, conta sua trajetória de desafios e conquistas na área. Formada em 2001 em um ambiente predominantemente masculino, ela recebeu um capacete rosa em seu primeiro emprego como engenheira, que, embora parecesse um gesto gentil, acabou se tornando um incômodo profissional.
Segundo a engenheira, o exemplo de mulheres bem-sucedidas pode motivar as meninas a perseguirem carreiras na área de ciência e tecnologia. O evento Girl in ICT foi importante para as estudantes do Centro de Ensino Médio Juscelino Kubitschek, que planejam replicar os conhecimentos adquiridos para outros alunos. A aluna do segundo ano do ensino médio, Lara Nazario, destacou a fala de Marize Lucas sobre não se deixar abater pelas críticas e buscar aquilo que gosta e quer fazer.
Projeto “Meninas na Computação”
Meninas na Computação é um projeto que oferece aulas de programação em Arduino, uma placa de circuitos eletrônicos de código aberto, para estudantes de escolas públicas do Distrito Federal e Goiás. O professor Carlos Alberto, que é matemático e programador, lidera a equipe composta por ex-alunas do projeto, que atualmente são estudantes universitárias ou desenvolvem carreiras tecnológicas em multinacionais ou órgãos públicos.
Ana Beatriz de Sousa, graduanda em Ciência da Computação na Universidade de Brasília e integrante do Meninas na Computação, destaca a importância do projeto para sua escolha de carreira científica. Ela afirma que o projeto abriu seus horizontes e a fez perceber que poderia seguir essa carreira. Além disso, Ana Beatriz destaca a importância de poder compartilhar o conhecimento que recebeu no ensino médio.
