16/07/2024

Claro e Vivo estudam transformar as redes privativas em produtos

Ambas operadoras, Claro e Vivo, falaram sobre o assunto em evento dedicado ao 5G. Redes privativas podem ser o futuro para as empresas.

As operadoras Claro e Vivo desejam fazer das redes privativas produtos. O objetivo é fornecer aos clientes empresariais uma solução fácil e integrada, que se comunique com os sistemas e equipamentos já existentes. Isso tudo por meio da tecnologia 5G. 

Vico e Claro

Segundo o gerente de produtos da Embratel (parceira corporativa da Claro), Cristiano Lopes Moreira, esse é um mercado inexplorado e cheio de oportunidades. A Embratel está trabalhando em parceria com a Ericsson e a WEG em projetos de rede privativa, e aprendeu que é necessário encontrar um modelo que seja competitivo em relação ao preço do WiFi. 

Em muitos casos, os clientes não precisam atualizar seus dispositivos, já que muitos deles funcionam bem com 4G e 5G. Para Moreira, esse é um verdadeiro campo verde de oportunidades.

Essa pauta foi abordada no Teletime TEC – 5G & Wireless nesta terça, 18. 

A rede privativa para Embratel é uma oportunidade de negócio

De acordo com o gerente da Embratel, a transformação da oferta de rede privativa em um produto de prateleira foi possível, vendendo a capacidade de rede por metro quadrado. A Embratel também desenvolveu perfis de empresas pré-formatados para entregar toda a solução como um kit, o que acelerou a implementação do projeto em comparação com tentativas de personalização. 

Grandes empresas como Nestlé e Gerdal são alguns dos clientes da Embratel. O gerente da empresa afirmou que eles estão trabalhando em uma “caixinha” para oferecer essa solução em um pacote ainda mais completo e fácil de implementar.

Na Ericsson, o diretor de soluções e tecnologia afirmou que já possuem uma oferta de rede privativa autocontida, com um núcleo de rede e ERBs que podem ser adicionados conforme necessário, dependendo do tamanho da área e do número de pessoas. Eles até fornecem chips. 

De acordo com o diretor, eles já estão entregando uma rede “in-a-box”, como o caso divulgado na mídia sobre a Nestlé e a Embratel.

A Vivo está indo pelo mesmo caminho 

A estratégia da Vivo consiste em mostrar aos clientes as possibilidades e diferenciais da adoção do 5G em redes privativas, ao mesmo tempo em que se preocupa em atender às suas necessidades. Recentemente, a operadora implantou uma rede “aeroindustrial” em aeroportos em parceria com a BH Airports, firmou uma parceria com o Hospital Albert Einstein e fez acordos com a Vale e a Petrobras. 

Segundo Diego Aguiar, diretor de operações de IoT e corporativo da Vivo, a ideia é que a empresa atue como uma orquestradora, ajudando as empresas a obter o retorno sobre o investimento.

A solução para rede privativa também se tornou um produto da operadora. Algumas empresas querem comprar todo o hardware e operar a rede por conta própria, enquanto outras preferem uma infraestrutura dedicada, com a Vivo fornecendo tudo como serviço e atuando como advisor. 

Aguiar acredita que o 5G será um potencializador dessa linha de negócios existente, mas que a estratégia da empresa é levar inovações relevantes aos clientes, em vez de apenas empurrar o 5G. Ele ainda citou a estratégia de APIs do Open Gateway como uma iniciativa global que pode trazer inovação para os clientes.

O alto potencial das redes privadas

O diretor de estratégia do CPQD, Alberto Paradisi, mencionou que a GSA registrou apenas 1.077 redes privativas em todo o mundo até o final de 2022, mas acredita-se que o número real seja de cerca de 5.000, considerando a possibilidade de subnotificação. No entanto, ele enfatizou que muitas dessas redes ainda operam em 4G e que a Nokia prevê um potencial de 15 milhões de redes privativas. 

Paradisi vê isso como uma grande oportunidade, já que a quantidade de redes dobrou a cada ano nos últimos quatro anos.

Enquanto isso, o gerente sênior da Deloitte, Alberto Boaventura, acredita que as redes privativas não só permitem que as operadoras entrem no mercado, mas também aumentam a competição entre outros agentes. Ele também afirma que é necessário evoluir os sistemas para a monetização, especialmente em ambientes multicloud, hipervirtualizados e baseados em APIs. 

Boaventura acredita que a oportunidade de utilizar o 5G está em integrar as redes privadas com as públicas (PNI) por meio do network slicing. Ele destaca que é necessário uma arquitetura e produtos adequados, além de um ambiente de utilização adequado, e que a simples implantação do 5G não é suficiente.

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