Na semana passada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) convidou a Winity e a Telefonia (Vivo) a apresentarem um novo acordo referente ao aluguel de espectro de 700 MHz, torres e compartilhamento de rede entre as empresas. Em ofício enviado à agência no último domingo, 2, confirmou que a operadora de infraestrutura aceitou o pedido de conversar sobre o acordo.
A Winity se manifestou interessada em buscar uma solução autocompositiva para o assunto, como proposto pelo conselheiro Alexandre Freire. Em seu posicionamento, a empresa “reiterou formalmente”, que está à disposição para fazer negócios com operadoras móveis que tiverem interesse em usar seus serviços.
No caso, o “espectro outorgado, bem como elementos de rede e/ou de infraestrutura da rede compartilhável” que a empresa está construindo e passará a operar.
No ofício enviado à Anatel e de acesso público, a Winity disse que as metas decorrentes da aquisição da faixa de 700 MHz começam a vencer em dezembro deste ano, “exigindo elevados investimentos que precisam ser suportados de forma sustentável e tempestivamente“. Com isso, diz que tem pressa em resolver o assunto. Inclusive, a Winity enviou um posicionamento público:
“A Winity confirma que protocolizou formalmente, nos autos do processo, uma versão pública da sua resposta ao Ofício do Conselheiro Alexandre Freire recebido na última quinta-feira. A empresa reafirma que segue aberta ao diálogo com todos os players do setor, como tem demonstrado de forma transparente desde o início de suas operações. Como nova operadora de atacado, a Winity tem empenhado todos os esforços para realizar parcerias com as mais diversas empresas do setor, prezando sempre por uma atuação pró-competitiva e sustentável. O foco da companhia é construir infraestrutura de telecomunicações compartilhável com toda a indústria, atendendo principalmente ao interesse público e aos milhões de brasileiros ainda não conectados. A Winity segue à disposição da Anatel para contribuir com o processo e prestar todos os esclarecimentos necessários”.
Até o momento, a Vivo, que também foi convidada pela Anatel, não deu seu parecer público sobre o assunto. Se está ou não disposta a conversar sobre uma alternativa do acordo.
Para melhor entendimento, a Winity e a Vivo anunciaram um acordo de aluguel da metade da capacidade do 700 MHz em 1,1 mil cidades para a operadora móvel, além de ativar sua própria rede móvel a partir de compartilhamento com a tele e fornecer sites (como torres) para a parceira.
Entretanto, além de ser criticado por provedores regionais, a própria equipe técnica da Anatel recomendou a não aprovação do acordo. Em todos os casos, envolve questões de competitividade e concentração de mercado referente às regras do edital 5G.
Por isso que, quando a Anatel convida ambas partes para conversar sobre o tema, propõe que, além da apresentação de novos termos, a conversa seja uma espécie de mesa de negociações aberta e com a participação de provedores regionais.