De acordo com a atualização 2023 do Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT) divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), considerando os dados de 2022, nos últimos cinco anos, houve uma estabilidade no número de acesso móveis, com cerca de 100% de penetração, acompanhando a média mundial.
Entretanto, ainda houve uma desigualdade de acesso, principalmente nos estados das Regiões Norte e Nordeste do país. No serviço de banda larga fixa, ainda há desigualdade na velocidade média entre os estados brasileiros, que está relacionado com a inexistência de infraestrutura robusta que a suporte, especialmente na zona rural.
O PERT registra um amadurecimento das ofertas, com ampliação do serviço pós-pago, que ultrapassou o serviço pré-pago (quando inclui pessoas jurídicas), e com 80% dos terminais com acesso à banda larga (4G e 5G).
Embora tenha ocorridas quedas frequentes nos serviços de uso residencial, TV e telefonia fixa, o diagnóstico mostra que o serviço de banda larga fixa não foi afetado, apresentando uma evolução constante ao longos do anos, alcançando 21,2% de penetração, em linha com a média mundial, mas ainda distante dos países desenvolvidos. A disponibilidade de banda larga fixa em alta velocidade é muito superior nos municípios que são atendidos por backhaul com tecnologia de fibra óptica.
A tecnologia de fibra óptica cresceu na quantidade de acessos, representando 70% dos acessos totais, com impacto positivo na média nacional de velocidade (contratada) que alcançou, em 2022, 302,3 Mbps. Mais de 85% dos acessos totais são de banda larga fixa com mais de 34 Mbps de velocidade.
Ainda de acordo com a atualização do PERT, houve um crescimento na rede de backhaul/backbone de fibras óticas, que em 2015 atendia 48,2% dos municípios, e em 2022, essa porcentagem foi para 76,5%, cobrindo 4.261 municípios brasileiros.
“A atual rede de backhaul de fibra óptica conecta municípios que representam 93,9% da população brasileira. Houve uma queda recente nos municípios atendidos por fibra que merece um diagnóstico mais aprofundado”, afirma a Anatel.
Outro ponto apontado no diagnóstico foi a predominância da TIM, Vivo e Claro, embora tenha uma diversidade de ofertantes no mercado. Em dezembro de 2022, as três operadoras corresponderam a 96,6% do total de assinantes. Além disso, a cobertura móvel em rodovias federais ainda é bastante desigual entre as regiões. Estados como o Amazonas (4,2%), Roraima (12,2%), Amapá (12,6%) e Acre (18,3%) têm uma cobertura muito baixa de 4G nas estradas federais.