A Vodafone terá uma redução de 11 mil empregos nos próximos três anos, segundo a nova presidente-executiva, Margherita Della Valle. A medida visa melhorar a posição competitiva da empresa de telecomunicações após alertar que o fraco desempenho na Alemanha, seu maior mercado, impactaria o fluxo de caixa.
A queda das ações da empresa, que já apresentava resultados abaixo dos concorrentes em diversos mercados europeus, atingiu seu menor patamar desde o início de janeiro, registrando baixa de 5,5%.
A Vodafone, que emprega 90 mil pessoas diretamente na Europa e na África, está enfrentando as maiores demissões em massa de sua história. O CEO, Della Valle, iniciou a redução de empregos quando assumiu o comando no início do ano, concentrando-se nas operações centrais da empresa em Londres.
Agora, novos cortes serão realizados em seus mercados, além de mais reduções no centro, conforme explicado pela CEO em entrevista aos repórteres. A queda nas ações nesta terça-feira pode ter sido causada pela previsão de um fluxo de caixa de 3,3 bilhões de euros neste ano fiscal, abaixo dos 4,8 bilhões de euros registrados no ano até o final de março de 2023. Os analistas, por sua vez, esperavam uma previsão de 3,6 bilhões de euros.
A receita central do grupo Vodafone registou uma diminuição de 1,3%, chegando a 14,7 bilhões de euros no ano, o que ficou abaixo das próprias projeções da empresa. Além disso, a Etisalat, uma empresa de telecomunicações dos Emirados, adquiriu 14,6% das ações da Vodafone, enquanto o bilionário francês Xavier Niel, que concorre com a Vodafone na Itália, e a Liberty Global, parceira da Vodafone na Holanda, também são investidores. De acordo com analistas, os três investidores estão bem posicionados caso ocorra a venda das operações da Vodafone.
Della Valle delineou em seu plano estratégico a maximização do potencial dos clientes empresariais, uma força de longa data da Vodafone, além de concentrar-se em aspectos fundamentais como atendimento ao cliente para os consumidores.
A empresa Vodafone já iniciou o processo de redução de postos de trabalho em mercados significativos, tendo eliminado mil postos na Itália neste ano. A mídia também reportou que a empresa pretende cortar aproximadamente 1.300 postos na Alemanha.