Na semana passada aconteceu em Las Vegas, nos Estados Unidos, o Cisco Live, onde o assunto foi o 5G e suas funcionalidades nas telecomunicações. Em um dos questionamentos, o engenheiro técnico de marketing da fornecedora, Stephen Liu, falou sobre a tecnologia no modelo de negócios das redes privadas.
Segundo ele, “É muito difícil para uma empresa implantar o 5G privado, porque é um tipo de tecnologia a nível de operadora – ao contrário do Wi-Fi, que é corporativo”. Stephen Liu diz que se ele fosse um profissional de TI, seria muito frustrante, porque teria que aprender todo um novo procedimento.
“Portanto, nossa metodologia de levar o 5G como um serviço, eles só precisam pagar uma assinatura e nós fornecemos o design da conectividade por dispositivo”, resume Liu”
A Cisco tem como uma das grandes parceiras a operadora norte-americana T-Mobile, além de uma parceria com a NTT, companhia japonesa de serviços de tecnologia, com foco nos setores automotivo, de logística, saúde, varejo e público.
O executivo falou que a NTT é um dos caminhos para o mercado, pois há provedores de serviços que fornecem espectro, mas é necessário ter profissionais com conhecimento sobre a vertical do seu negócio. “Portanto, a NTT é uma boa parceira exatamente aí, porque eles podem ter experiência em aspectos como fabricação e armazenamento”, explica Liu.
Liu diz que, junto com as parceiras, a companhia está construindo um ecossistema para essas verticais. “A NTT tem experiência em manufatura e armazenamento, então podemos desenhar soluções de IoT para isso.” Há ainda o uso de APIs abertas, como a parceria com a Zebra Technologies.
No caso da parceria com a AT&T, a operadora passa agora a integrar nativamente a plataforma de chamadas da Cisco, Webex, para sua base de clientes. A colaboração é resultado da visão de que o celular tem sido predominante como dispositivo de negócios.
“Conforme o volume do tráfego cresce, a arquitetura do 5G será melhor para esse tipo de uso. Mas o modelo de negócios é realmente difícil de monetizar. É por isso que acho que a maioria das operadoras está procurando soluções como IoT e ferramentas de negócios”, disse Stephen Liu.
Stephen Liu traz à discussão a frustração que pode ocorrer e saber monetizar o 5G nesse contexto. “As pessoas estão olhando para de uma forma para modernizar e conectar coisas e pessoas, é geralmente onde vemos mais monetização, com [verticais como] manufatura, automóveis e Internet das Coisas“, explicou.
Para Liu, é um desafio que só se equaciona quando se coloca operadoras no cálculo. “Com rede privada, é difícil para a companhia implantar porque é uma tecnologia de nível de operadora“, diz. “Isso é bem difícil. Se eu fosse uma pessoa de TI, eu ficaria frustrado.” Por isso, argumenta, a metodologia mais correta seria um modelo de serviço (as a service), na parceria com teles e fornecedores.
“Acreditamos que essa experiência unificada, de ter seu Wi-Fi e 5G ao mesmo tempo e com a mesma política de segurança, é muito importante para nossos clientes e é isso que realmente queremos resolver com nossas soluções, que esses dois funcionem juntos”, disse o executivo.