Nesta última terça-feira (20), o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) se pronunciou no plenário do Senado e mostrou preocupação com o plano de recuperação apresentado pela Oi. Segundo ele, por causa de sua importância no mercado de telecomunicações, se vier a acontecer a falência da empresa, causará “impactos desastrosos no sistema econômico do país”.
Ele traz dados de que a empresa é “responsável” por mais de 30 mil pessoas, que seriam afetadas no Brasil se a Oi vier a falência. “A companhia emprega diretamente cerca de 5 mil pessoas e, indiretamente, por meio de suas empresas controladas, é responsável por outras 20 mil pessoas com postos de trabalho. Levando-se em conta fornecedores e prestadores de serviços que dependem dela, são mais de 30 mil as pessoas ou empresas afetadas no Brasil inteiro pelas operações da Oi“.
Em seu posicionamento, o senador diz que a venda de ativos para pagar dívidas, que está entre as medidas apresentadas pela Oi, é “perfeitamente admissível”. Entretanto, é necessário que essas alienações sejam feitas de forma correta e transparente dentro dos limites da lei e sem oferecer riscos ao interesse público.
O senador questiona o sentido da empresa vender a V.tal por meros R$ 4 bilhões no curto prazo, sendo que empresa global de soluções de infraestrutura digital pode ter um valor muito maior com o tempo.
“Se a empresa V.tal [empresa global de soluções de infraestrutura digital] valia R$ 25 bilhões no ano passado, quando os canadenses compraram 10% dela por R$ 2,5 bilhões e, logo ali, em 2026, ela vai valer R$ 100 bilhões, o valor vai quadruplicar, vai de R$ 25 [bilhões] para R$ 100 bilhões”.
Outra medida apresentada pela operadora é a venda do seu cabeamento de cobre como sucata, que também é questionada por Veneziano Vital do Rêgo. Ele diz que o plano de recuperação revelou que a Oi havia recebido uma oferta da V.tal para adquirir sua infraestrutura metálica obsoleta em troca de descontos na dívida.
Entretanto, em 2022, ainda havia quase 3 milhões de clientes, como terminais bancários, casas lotéricas, pequenas e médias empresas e prestadores de serviços essenciais, usando os serviços que se baseiam na rede de cobre. Além de que, essa rede precisa de cuidados operacionais, de modo a assegurar a continuidade e a qualidade dos acessos telefônicos e de internet.
Para o senador, não é aceitável que essa rede de cobre seja vendida como sucata, assim como é imprescindível que o Poder Judiciário realize um procedimento competitivo para a possível alienação da rede.
“Não é aceitável que a rede de cobre da Oi seja simplesmente vendida como sucata, como se tem dito. É imprescindível que o Poder Judiciário, realize, sob sua fiscalização, também do Ministério Público, um procedimento competitivo para a possível alienação da rede de cobre da Oi. O que não pode é haver esse aparente leilão extra-oficial que parece estar ocorrendo, com sucessivas ofertas sendo apresentadas “,afirma.