Na última quinta-feira, 29, o Google tomou a decisão de bloquear o acesso a sites de notícias canadenses por meio de sua plataforma. Essa medida foi tomada em resposta à aprovação de um projeto de lei pelo governo de Ottawa, que exige que as grandes empresas digitais paguem pelos conteúdos noticiosos disponibilizados.
O referido projeto de lei foi recentemente transformado em lei, e tem como objetivo principal apoiar o setor de produtores de notícias no Canadá. Nos últimos dez anos, esse setor enfrentou o encerramento de centenas de publicações, o que trouxe uma série de desafios para a indústria noticiosa do país.
No Canadá, uma nova lei foi implementada para regulamentar a relação entre as gigantes digitais, como o Google, e a mídia e sites de notícias. Essa lei exige que as empresas de tecnologia façam acordos com os veículos de comunicação, visando tratar das notícias e informações compartilhadas em suas plataformas.
No entanto, o Google expressou sua preocupação em relação a essa nova legislação, afirmando que ela é “impraticável”. A empresa publicou em seu blog que essa lei pode dificultar a busca por notícias na internet para os canadenses, além de tornar mais desafiador para os jornalistas alcançarem seu público-alvo.
Apesar das possíveis dificuldades apontadas pelo Google, os usuários canadenses ainda poderão acessar os sites de notícias de diferentes maneiras. Uma delas é digitando o endereço do site diretamente em seu navegador, como já é feito atualmente. Além disso, também será possível acessar esses sites por meio de aplicativos específicos, proporcionando alternativas para os usuários continuarem obtendo informações noticiosas.
A Meta, uma outra gigante da tecnologia, comunicou na última quinta-feira que também vetaria os portais de informação do Canadá em suas plataformas.
A regulamentação canadense tem como base o Código de Negociação de Mídia Nova da Austrália, o primeiro de seu tipo no mundo a conseguir que o Google e a Meta remunerassem pelo material jornalístico presente em suas plataformas.
No final de 2021, a AFP firmou um contrato de cinco anos com o Google referente aos direitos conexos, visando o pagamento pelo conteúdo proveniente da agência.