Além de levar internet para as escolas, o governo também quer verificar a qualidade do serviço, como velocidade da conexão, a taxa de latência e a experiência de uso no ambiente de aprendizagem. Para isso, o Ministério da Educação (MEC) planeja ampliar o critério de avaliação sobre a conectividade das unidades escolares.
A coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica do MEC, Ana Úngari Dal Fabbro, diz que “O que precisamos muito mudar agora é a compreensão. A escola estar conectada não é o suficiente. Às vezes, só há acesso na sala do diretor, mas não em sala de aula, que é onde a tecnologia proporciona experiências pedagógicas com os estudantes”, afirmou.
Para isso, ela explica que a pasta está “mudando os parâmetros do que vamos acompanhar”, que seria uma política de monitoramento da qualidade da internet nas escolas.
“Hoje, temos dados se a escola tem acesso à internet ou não, mas não temos uma visão tão boa sobre a velocidade da internet”, pontuou. “Muitas vezes, algumas escolas têm até conectividade adequada, com link de fibra, mas [o sinal] não chega à sala de aula”, complementou.
Aspectos como velocidade adequada, conexão por WiFi e dispositivos suficientes para que o uso da internet possa ser realizado em sala de aula, farão pare desse monitoramento, que segundo ela, “só isso vai nos dar garantia de que temos a conexão adequada”.
Paula Martins, presidente da Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace), afirma que os desafios da falta de conexão nas escolas têm sido superados por meio do projeto Aprender Conectado. “Estamos fazendo o monitoramento da velocidade [da internet] que está chegando às escolas. Isso está previsto em um contrato de 36 meses com os provedores”, assegurou Paula.
O assunto foi discutido durante painel no evento Edtechs e as Escolas Públicas, realizado pelo Tele.Síntese, com apoio institucional da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro).
O Programa Internet Brasil também foi alvo da discussão. o diretor substituto do Departamento de Investimento e Inovação da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MCom), David Penha, explicou que o projeto segue em fase de Prova de Conceito (PoC).
“Pretendemos terminar essa Prova de Conceito ainda neste ano, sem prazo estipulado. Mas a expansão deve começar também neste ano”, disse. A expectativa é de que até 500 mil chips neutros cheguem às mãos dos alunos.
O projeto-piloto estava sendo feito em escolas da região Nordeste, mas foi expandido para instituições de ensino de Minas Gerais para se fazer uma avaliação mais ampla da tecnologia, segundo Penha.