Durante sua participação 3º Simpósio TelComp – Telecom, Tecnologia e Competição para o Futuro Digital, o presidente do Conselho de Administração da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), Tomas Fuchs, falou sobre o modelo de cobrança de serviços de internet no Brasil, sugerindo que o modelo fosse reavaliado.
Segundo o executivo, que também é CEO da Datora, o serviço de internet deveria ser cobrado por megabyte consumido. Para ele, uma consequência da falta de remuneração eficiente do segmento seria uma perda de investimentos na área.
“Se a gente pode cobrar por uso de gás, se a gente pode cobrar por uso de energia elétrica, por que não cobrar por mega”, declarou ao Poder360. “Tem que, de alguma forma, cobrar pelo uso. Senão a gente não, a gente não tem como remunerar corretamente as redes”, completou.
Ele fala sobre o equilíbrio com as OTTs [sigla em inglês para as maiores empresas do setor de telecomunicações], sugerindo que o talvez o setor mude a forma de cobrança de internet. “A população em geral talvez não tenha conhecimento de que cada mega trafegado por redes fixas ou aéreas, tem um custo por mega: nada é ilimitado. Existe uma infraestrutura por trás que tem limite! E, se o retorno do investimento não for adequado, as empresas não mais investirão“, disse.
O CEO da Datora também falou sobre o novo marco regulatório para o setor de telecomunicações no país, explicando que se trata de “um debate talvez um pouco mais longo”. “As empresas de comunicação deveriam ser responsáveis por demonstrar mais interesse no debate sobre um novo marco regulatório”, afirmou.
Ele mencionou que há modelos de regulamentação que podem ser usados no Brasil, citando a União Europeia. Para ele, os países integrantes do grupo estão “caminhando” para uma evolução sobre o tema. Para Fuchs, uma discussão mais acelerada sobre o tema traria ainda mais avanços no acesso dos brasileiros ao 5G. “A gente realmente precisa que isso seja discutido o mais breve possível”.
O executivo ainda mencionou que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) precisa ser mais ágil para se adaptar à evolução dos debates que se mostram mais dinâmicos a cada dia.
“A agilidade da Agência é de extrema importância para as PPPs. Em um mercado com dominância de 3 grandes grupos, a Anatel tem papel fundamental para garantir a competição, com grande destaque na resolução de conflitos. A rapidez nestas decisões faz a diferença na competitividade do setor”, disse Fuchs.